Segundo lançamento da Pixar no ano, e o segundo acerto seguido, Soul prova que o estúdio de animação continua tendo o espírito (vejam só) no lugar certo, com entretenimento que emociona e agrada todas as idades enquanto traz mensagens inspiradoras. A lógica do mundo criado para este longa pode às vezes falhar, mas, a exemplo de Divertida Mente, há tanta criatividade em exibição que pequenos deslizes não atrapalham em nada.
Soul (idem), 2020
Além de seu design de som sublime, outro grande trunfo de O Som do Silêncio é desenvolver um tema "óbvio" (a deterioração da audição devido à exposição constante a ruídos altos), mas fugindo do óbvio, das guinadas narrativas costumeiras. Uma armadilha para clichés e um convite perfeito para o melodrama, o filme consegue evitar tudo isso ao optar por sutilezas e construir uma humanidade realista para os personagens. Riz Ahmed dá um show (perdão do trocadilho) como o protagonista, enquanto o coadjuvante Paul Raci rouba a cena como Joe, uma figura que transborda honestidade e amor genuíno com a luta pelo apoio à sua comunidade. Realizada pré-pandemia, a produção ainda consegue involuntariamente ressoar com a situação atual: a negação e o desespero juntos com o desejo quase cego, e por vezes inconsequente, de que tudo volte ao "normal", a como era antes.
O Som do Silêncio (Sound of Metal), 2020
A Voz Suprema do Blues (Ma Rainey’s Black Bottom), 2020
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