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quinta-feira, 26 de março de 2015

Hanks revisitado


O cara é bom, mesmo. Muito bom. E divertido:


(OK, não é exatamente "todos os filmes do Tom Hanks em 7 minutos", mas ninguém precisa lembrar de coisas como Matadores de Velhinhas ou Jogos do Poder, certo?)

domingo, 15 de março de 2015

Amarelo é a cor mais quente (ou 50 tons de amarelo)


"E o cara vai protestar contra a corrupção usando camisa da CBF."

No auge do desespero para tentar encontrar formas de criticar e descreditar as manifestações deste 15 de Março, os pró-Governo estão se apegando a criar ou a valorizar coisas absurdas: são inúmeras faixas a favor de regime militar, tem gente usando a suástica, a PM está inflando o número de participantes, não tem ninguém do povão lá - inclusive teve um manifestante que ficou o tempo todo dentro da sua Hilux, só buzinando, pra não sair do ar-condicionado e enfrentar o calor lá fora.

Outra coisa que ouvi/ li é a frase que abriu este texto, que mira na ironia (pra não dizer hipocrisia) de se reclamar de corrupção usando o brasão de uma instituição sabidamente corrupta. Neste caso, tenho que concordar. É lamentável que muitos, mas muitos (inclusive eu) tenham ido pra rua usando a camisa da seleção brasileira de futebol.

É lamentável mas, francamente, aceitável se for para combater um mal muito maior. Aceitável e explicável.

Não sou nada ligado em moda, mas, desde que me entendo por gente, tenho a nítida impressão que só vejo pessoas usando amarelo em dias de jogo de Copa do Mundo, quando, por uma visibilidade positiva no resto do mundo, o brasileiro se apega a seus atletas, desassociando-os da instituição pela qual são sustentados. Portanto, nada mais natural que no meu armário, assim como de muitos, exista apenas uma camisa amarela: a da seleção. O que, de fato, é lamentável é que deixemos para exercer nosso patriotismo apenas pelo futebol. Nem mesmo por outros esportes isto acontece.

A verdade é que o brasileiro sempre teve vergonha do Brasil. Sempre confundindo Governo com País, nós, com vergonha genuína e fundamentada de nossos políticos, sempre evitamos trajar o amarelo ou sair com adornos e roupas que enaltecessem a bandeira brasileira.


Mas, parece que chegou a hora em que aprendemos a separar o País do Governo. Chegou a hora de brigar mais por um, contra o outro.

Estamos trazendo o amarelo, o verde, o azul e o branco para os protestos, que em épocas passadas eram exclusivos do vermelho do PT, PCdoB, CUT, MST... Quem foi à Praça da Liberdade hoje viu um show de civismo com civilidade, sem bandeiras de partidos ou de movimentos mafiosos. Passamos a ter coragem de usar o amarelo nas ruas com um propósito diferente do futebol, mesmo que ainda não tenhamos renovado nossos guarda-roupas.

Sonho com um dia em que será comum, como em tantos outros países mundo afora, as pessoas usarem roupas alusivas à bandeira nacional e passarem a deixá-la exposta em janelas e quintais. Com orgulho do Brasil. País e Governo.

sexta-feira, 13 de março de 2015

Diretores Assassinos


E eu tinha certeza absoluta que Quentin Tarantino, Sam Peckinpah e Oliver Stone eram mais violentos que o Spielberg...


PS.: O que se ganha em matar Orcs, Elfos, Hobbits e Anões indiscriminadamente? O topo do ranking.

domingo, 8 de março de 2015

Melhor chamar só o Saul?


Breaking Bad foi um fenômeno cultural. Conquistou o público e arrebatou a crítica, tendo suas qualidades técnicas sido comparadas às de grandes produções para o cinema.

E eu sou o cara que não viu a série. Mesmo com inúmeras recomendações (pra não dizer intimações) para assisti-la, perdi o momento. A partir daí, meu status de fã de cinema ficou em cheque.

Aparentemente, a AMC e o Vince Gilligan me deram uma segunda chance e criaram um spin-off de sua elogiada criação: Better Call Saul. Focado nas origens de um personagem secundário, mas -me disseram- não menos interessante, a série alegadamente se passaria antes, durante e depois de eventos retratados em Breaking Bad.

Decidi então dar uma chance a esse universo, e me dar a oportunidade de fazer parte de alguma nova discussão cultural que possa se instalar, e assistir à nova série sob uma perspectiva desafiadora para seus criadores: será que ela funciona bem para alguém que, por exemplo, só conhece Walter White de fama e Jesse Pinkman de nome?

No momento estou na metade da primeira temporada, no quinto de dez episódios. Por enquanto, a resposta é sim.

O primeiro ato do episódio piloto tem uma dose de humor negro bem acima da que consegue me agradar, e que, se mantida, seria um dificultador para criar alguma afeição com a produção. Mas, felizmente o humor negro volta bem mais brando, mesmo que recorrente, nos episódios seguintes.


O grande trunfo aqui é o desenvolvimento de um personagem agridoce, ambíguo e divertido. Um advogado inteligente, mas que não deixa de fazer bobagens homéricas, e que mesmo arquitetando golpes e trambiques, ainda tem um senso moral nato, tentando racionalizar seus atos para se convencer de que faz a coisa certa. Interpretado com ora com sutileza, ora com excentricidade, sempre na medida de certa, por Bob Odenkirk, o personagem-título (ou quase lá) até agora prova que faz jus à uma série dedicada à ele.

Sinceramente não sei aonde a saga de Jimmy McGill vai dar (leia-se: não sei quem de fato é Saul Goodman), mas por enquanto a jornada está suficientemente cativante.