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segunda-feira, 31 de dezembro de 2018

2019 - O que vem por aí...

Então, a minha lista dos mais aguardados do ano...

01. Duas continuações:

Vidro (Glass)
Suspense - 18 de janeiro
Dir. : M. Night Shyamalan
Com Bruce Willis, Anya Taylor-Joy, James McAvoy, Samuel L. Jackson

Star Wars: Episódio IX (Star Wars: Episode IX)
Fantasia - 20 de dezembro
Dir.: J.J. Abrams
Com Daisy Ridley, Adam Driver, John Boyega, Oscar Isaac, Kelly Marie Tran

02. Três continuações de animações:

Uma Aventura Lego 2 (The Lego Movie 2: The Second Part)
Aventura - 07 de fevereiro
Dir.: Mike Mitchell, Trisha Gum
Com vozes de Chris Pratt, Elizabeth Banks, Margot Robbie, Alison Brie

Shaun the Sheep Movie: Farmageddon (ainda sem título em português)
Comédia - 18 de outubro (Reino Unido)
Dir.: Will Becher, Richard Phelan


Toy Story 4 (idem)
Comédia - 20 de junho
Dir.: Josh Cooley
Com vozes de Tom Hanks, Tim Allen, Joan Cusack, Tony Hale, Keanu Reeves

03. Projeto ainda sem título sobre um músico descobre ser a única pessoa do planeta que se lembra dos Beatles
Musical/ fantasia - 28 de junho (Reino Unido)
Dir.: Danny Boyle
Com Himesh Patel, Lily James, Kate McKinnon, Ed Sheeran, Lamorne Morris

4. Três ficções-científicas

Gemini Man (Ainda sem título em português)
Ação - 04 de outubro
Dir.: Ang Lee
Com Will Smith, Clive Owen, Mary Elizabeth Winstead, Benedict Wong

Chaos Walking (Ainda sem título em português)
Aventura - 01 de março (EUA)
Dir.: Doug Liman
Com Tom Holland, Daisy Ridley, Mads Mikkelsen, David Oyelowo, Cynthia Erivo

Ad Astra (Ainda sem título em português)
Drama - 24 de maio (EUA)
Dir.: James Gray
Com Brad Pitt, Tommy Lee Jones, Ruth Negga, Donald Sutherland, Jamie Kennedy

5.  The Irishman (Ainda sem título em português)
Policial - Data indefinida
Dir.: Martin Scorsese
Com Robert De Niro, Al Pacino, Joe Pesci, Harvey Keitel, Anna Paquin

6. Duas histórias de crime/ mistério

The Woman In The Window (Ainda sem título em português)
Drama - 04 de outubro (EUA)
Dir.: Joe Wright
Com Amy Adams, Julianne Moore, Gary Oldman, Brian Tyree Henry, Anthony Mackie

Knives Out (Ainda sem título em português)
Drama - 27 de novembro (EUA)
Dir.: Rian Johnson
Com Daniel Craig, Ana de Armas, Chris Evans, Michael Shannon, Jamie Lee Curtis

7. Turma da Mônica: Laços (nacional)
Aventura/Infantil - 27 de junho
Dir.: Daniel Rezende
Com Rodrigo Santoro, Ravel Cabral, Paulo Vilhena, Monica Iozzi

8. Men in Black International (Ainda sem título em português)
Ação - 14 de junho (EUA)
Dir.: F. Gary Gray
Com Chris Hemsworth, Tessa Thompson, Liam Neeson, Emma Thompson, Rebecca Ferguson


9. O Menino que Queria Ser Rei (The Kid Who Would Be King)
Aventura - 25 de janeiro (EUA)
Dir.: Joe Cornish
Com Louis Ashbourne Serkis, Dean Chaumoo, Tom Taylor, Patrick Stewart, Rebecca Ferguson

10. Três histórias de origem/ super-heróis

Shazam! (idem)
Aventura - 25 de abril
Dir.: David F. Sandberg
Com Zachary Levi, Mark Strong, Michelle Borth, Djimon Hounsou

Capitã Marvel (Captain Marvel)
Aventura - 07 de março
Dir.: Anna Fleck, Ryan Boden
Com Brie Larson, Samuel L. Jackson, Ben Mendelsohn, Jude Law, Annette Bening

Joker (Ainda sem título em português)
Drama - 04 de outubro (EUA)
Dir.: Todd Phillips
Com Joaquin Phoenix, Robert De Niro, Zazie Beetz, Frances Conroy

domingo, 30 de dezembro de 2018

Deixando 2018...



PÁGINA NÃO ENCONTRADA!


Por motivos de falta de tempo, a tradicional lista dos meus filmes preferidos do ano vai ficar para o começo de janeiro.


sexta-feira, 21 de dezembro de 2018

In the most delightful way...


Tem vários musicais que são clássicos e simplesmente demais.

James Corden também pensa assim e convidou em seu talk-show os astros de O Retorno de Mary Poppins, Emily Blunt e Lin-Manuel Miranda, para homenagear vinte e dois deles, ao vivo, duma vezada só:


Presentinho de Natal legal. Dava pra continuar assistindo pelo dobro do tempo...

terça-feira, 4 de dezembro de 2018

Quatro estranhos


Dois documentários provaram estar entre as boas pedidas do ano.


"Quando eu conto minha história às pessoas, elas não acreditam. Acho que eu também não acreditaria se alguém me contasse mas, eu te afirmo, é a mais pura verdade." É com este excelente pontapé que o documentário sensação do ano, Três Estranhos Idênticos, abre. E daí até o final o espectador é conduzido por uma série de emoções em um belo exemplo de que o ato de se contar bem uma história independe se a mesma é uma ficção elaborada ou uma história real. A produção não se limita a simplesmente expor um caso, mas aproveita para abordar algumas discussões interessantes. Quanto menos se souber sobre o filme, melhor a jornada.

Três Estranhos Idênticos (Three Identical Strangers), 2018






Ao contrário, de Três Estranhos Idênticos, provavelmente quanto mais se souber sobre Fred Rogers maior é a apreciação pelo outro documentário badalado no ano, Won't You Be My Neighbor? Embora o filme faça um bom trabalho em estabelecer e contextualizar Mr. Rogers, como era conhecido, e seu longevo programa infantil, que foi ao ar na TV americana de 1968 a 2001, a conexão emocional com o material não é tão fácil para o público nacional. É possível enxergar a relevância da produção, que toca em temas atualíssimos que fazem paralelos à gestão Trump, e entender porque o público americano tem se emocionado com a celebração de uma figura genuinamente boa e ingênua em tempos tão cínicos e cruéis.

Won't You Be My Neighbor? (Won't You Be My Neighbor?), 2018




domingo, 2 de dezembro de 2018

Dez!


Novembro passou voando e um marco passou batido!

Foi no final de um mês de Novembro, em 2008, que este blog começou. Ou seja, o Padecin fez dez anos de existência!


Com mais baixos que altos e apenas 535 postagens, mas... persistindo. Afinal, uma ideia é a coisa mais resiliente que existe (aprendi em A Origem).

Agradeço a todos os meus leitores estes anos e, principalmente, aos que ainda continuam aparecendo por aqui (vocês cinco sabem quem são, rsrs).

E vamos seguindo. Por mais quanto tempo, sabe-se lá.

Quem sabe? (aprendi em  O Blade Runner - O Caçador de Andróides)

sábado, 24 de novembro de 2018

Uma imagem vale mais que mil nomes


Um colega me mandou a interessante escalação da Comic Con Experience em SP este ano:







 e...



Eu sabia que se o M. Night fizesse plástica demais ia acabar parecido com o Bruce Willis...

terça-feira, 20 de novembro de 2018

Missão, Natal Out



Não muito diferente de outras franquias longevas, talvez já seja difícil dizer qual é exatamente o número do mais recente Missão Impossível. Mas, não muito diferente dos outros filmes dentro da franquia (tirando o II, claro), Efeito Fallout se mostra uma continuação sólida, senão superior ao seu antecessor. A não ser para os verdadeiros fãs da série, é fácil se perder em o que aconteceu quando e com quem, mesmo que os roteiros não sejam especificamente complexos. Mas, o que importa é que os filmes entregam ótimas sequências de ação, amparadas pelo carisma de Tom Cruise e sua mania de dispensar dublês, tornando cenas arriscadas mais emocionantes e, dentro do limite do impossível, críveis.

Missão: Impossível - Efeito Fallout (Mission: Impossible - Fallout), 2018





Eis que em 2018 O Grinch reaparece, na onda de reboot ou reinvenção, um novo público é o que te apetece, tentando conquistar uma outra geração. Do ritmo à linguagem visual, tudo é mais moderno nesta produção, o 3D já é pedida usual, assim como o CGI para animação. Com um roteiro mais amigável e infantil, mas por vezes preguiçoso, nas malvadezas o Grinch ficou mais sutil, e bem menos raivoso. Ao contrário de outras obras mais modernas, pros mais velhos há pouco agrado, sem piadinhas ou referências externas, tem adulto que vai ficar entediado. Talvez com o som original, e Benedict Cumberbatch no brado, até haja um atrativo adicional, que fica devendo no dublado. Mesmo assim vale a mensagem final, e o filme cumpre sua missão, anunciando o espírito do Natal, e enaltecendo o que vem do coração.

O Grinch (The Grinch), 2018




terça-feira, 13 de novembro de 2018

Uma noite na ópera e um dia na corrida



"Is this the real life? Is this just fantasy?" Parece até proposital que tenha sido escolhida a canção que se inicia com estes dizeres para dar título ao filme sobre o grupo britânico Queen. Por um lado, tem-se a atuação incrível de Rami Malek como Freddie Mercury, carregando a produção nas costas e ofuscando boas atuações de coadjuvantes (que parecem escolhidos a dedo pelas semelhanças físicas com seus personagens), e recriações meticulosas de eventos reais, com destaque para a eletrizante apresentação do quarteto no Live Aid. Por outro lado, tem-se anacronismos, desvios, omissões ou reinvenções de fatos e a suavização de elementos da vida pessoal de Mercury. Mas, os que criticam precisam entender que cinema não é aula de história e cinebiografias não são documentários. O roteiro é, de fato, esquemático e acrescenta pouco ao gênero e aos mais fanáticos com a banda, mas o filme se move com o poder de músicas emblemáticas e torna a história de um artista, e sua arte, acessível a uma gama muito maior de pessoas. "Anyway the wind blows..."

Bohemian Rhapsody (Bohemian Rhapsody), 2018




De forma recorrente durante seu primeiro longa-metragem, os integrantes dos Jovens Titãs ouvem "Vocês são uma piada!". E são mesmo. E isso é ótimo. Com referências incessantes à Warner, à DC, à concorrente Marvel (com direito a uma ponta surpreendente do, agora saudoso, Stan Lee)  e a outros ícones do universo pop-geek, a animação provê diversão pura simplesmente ao não se levar a sério. Bem como Os Simpsons: O Filme, não consegue deixar de parecer um episódio esticado para ser configurado como 'cinema', mas sem demérito algum. Pouco mais de um ano depois de LEGO Batman: O Filme, a DC conseguiu lançar sua segunda melhor produção em que reúne Batman com Superman. Nesse ritmo, o DCU se tornará descartável.

Os Jovens Titãs em Ação! Nos Cinemas (Teen Titans Go! To the Movies), 2018


segunda-feira, 24 de setembro de 2018

O terror, o terror, o terror...


Pra ir entrando no clima do Halloween...



"Se pelo menos servisse para nos unir mais" diz, em determinado momento de Hereditário, a desamparada personagem de Toni Collete na busca de um propósito face à gratuidade de uma tragédia que aplaca sua família. Porém, ela está diante da realidade amarga de que não há nada a mais, não há um bem maior e, infelizmente, esse é também o mote do filme como um todo. Na contramão das melhores produções de terror, cujos desfechos são recompensatórios ou cujas jornadas funcionam bem como metáforas, não há nada substancial de se tirar do enredo. Aterrorizante e perturbador, prefere chocar a assustar. Não recomendado para pais e mães. 

Hereditário (Hereditary), 2018






“A emoção mais antiga e mais forte da humanidade é o medo, e o tipo de medo mais antigo e mais forte é o medo do desconhecido.”  É com essa citação a H.P. Lovecraft que a produção independente O Culto abre e se sustenta. O clima é de constante apreensão, mas à medida que a trama faz a esperada transição de paranoia para sobrenatural, passa a perder viés de terror e vai mergulhando em ficção científica pesada. Interessante, mas aquém de outras produções de baixo orçamento, como o mais complexo Coherence, o mais acessível Complicações do Amor e o mais bem amarrado Crimes Temporais.

O Culto (The Endless), 2018






"O cérebro enxerga o que quer enxergar" é uma frase recorrente de Ghost Stories, um filme de fantasma tradicional que se faz valer também do humor (negro) britânico. Contando com pelo menos dois atores de destaque, Martin Freeman (o Dr. Watson de Sherlock) e Alex Lawther (de um dos episódios mais intrigantes -e deprimentes- de Black Mirror), a principal aposta é em sustos, muitos deles clichês, mas praticamente todos eficazes. O problema é que o roteiro se acha mais inteligente do que é e tira da manga um desfecho certo de que o público demandará mais uma assistida para pegar as pistas. Só que a conclusão não passa de anticlimática e batida (praticamente igual à de determinada produção de 2005).

Ghost Stories (Ghost Stories), 2018




sábado, 8 de setembro de 2018

Colhendo


Fim de almoço, TV ligada no 'Terras de Minas'. De repente, me dou conta que mudou para 'Só Toca Top'. Começa a tocar Harmonia do Samba e meu filho (agora com 7 anos) de olho.

- Tá na hora de trocar de canal, hein?!

- Mas, pai, vai ter Beatles no Só Toca Top!

- Não, filho, não vai.

- Vai! Eu vi um cara dos Beatles.

- Não, filho, não viu.

- Vi, sim. Um cara dos Beatles com violão.

- Não era um cara dos Beatles.

- Era, sim! Eu vi.

- Menino, era outra coisa, mas não Beatles!

- Era. Dos Beatles. Com violão.

- Não, não era!

- Eu vi e ponto final.
(pronto, não há mais como conter a irritação)

- Olha, um cara dos Beatles NÃO vai no Só Toca Top!

- Vaaaai.

- Não vai, não!
(ele aponta pro cara do Harmonia do Samba:)

- Eu vi esse cara aí antes e ele tá tocando agora, então o cara dos Beatles vai tocar também.

- Olha, se tiver um cara dos Beatles no Só Toca Top, você pode me chamar de Priscilla!!!
(3 segundos de silêncio, meu filho processando a informação)

- Ei Priscilla...

- Ou! Não!!! Não pode!

- Uai, pode! Eu vi um cara dos Beatles com violão no Só Toca Top.

- Não! É a partir de agora!

- É a partir de agora que eu tenho que te chamar de Priscilla?

- Não! Arrgh. É a partir de agora que tem que aparecer um cara dos Beatles pra você poder me chamar de Priscilla!
(silêncio permanece até o fim do Harmonia do Samba)

- Pai... do que é pra eu te chamar mesmo?

- De nada, menino!

- Não, se aparecer um cara dos Beatles, do que é pra eu te chamar?

- De nada! Você pode prestar atenção aí nessa porcaria de programa, que NÃO VAI tocar um cara dos Beatles.

- É de Priscilla, né?

- ...

- Mãe... me mostra uma foto dos quatro Beatles?


sexta-feira, 24 de agosto de 2018

is ação

Na última postagem escrevi que "os 14 anos de evolução nas técnicas de animação" (...que separam o primeiro filme deste...) "se fazem presentes em tela e Os Incríveis 2 proporciona cenas inventivas e inspiradas que se destacam mesmo depois da Marvelização do cinema neste meio tempo".

Por algum motivo, o termo 'marvelização' soou negativo e pareceu pejorativo. Não é essa a intenção.

O primeiro Os Incríveis surgiu em uma era pré-Universo Cinematográfico da Marvel e, pra citar outro exemplo, pré-Trilogia Cavaleiro das Trevas. Mesmo com uns dois X-Men e uns dois Homens-Aranhas (espero ter acertado o plural) no mercado, ainda havia um certo ceticismo (quiçá preconceito) em torno do subgênero de super-heróis. Além disso, seja por restrições orçamentárias ou técnicas (ou ambas), as produções passavam bastante tempo com os heróis sem máscara e fora de cenas de ação. Para Os Incríveis, a Pixar usou seu DNA cativante e concebeu um filme de super-herói como realmente um filme de super-herói deveria ser: emocionante, empolgante e espetacular.


Quatro anos depois, partindo da cena pós-créditos de Homem de Ferro, a Marvel deu o pontapé inicial do seu Universo Cinematográfico e, com todo o mérito, sacudiu o subgênero. O feito de Os Incríveis (uma animação) passou a parecer algo corriqueiro, pois todo filme de super-herói (com atores de carne-e-osso) se tornara emocionante, empolgante e espetacular.  E o balizamento por estes novos patamares de qualidade em ação e entretenimento neste tipo de filme é o que chamo de 'marvelização'. Algo difícil de se superar, ou até mesmo de se manter.

A própria Marvel, em seus dez anos de MCU com 19 filmes lançados, nem sempre se superou em termos de inventividade e inspiração. Não há como negar que raramente criou algo tedioso ou mal feito, mas, cenas realmente memoráveis dentre tantas tão bem elaboradas, também é difícil de se elencar. Destaques existem, como a imbatível sequência de Doutor Estranho que se desenrola em duas orientações temporais, mas a cada filme lançado, mais alto ficou o padrão e maior passou a ser o desafio para a produção seguinte.

É nesse sentido que "Os Incríveis 2 proporciona cenas inventivas e inspiradas que se destacam mesmo depois da Marvelização do cinema". Partindo de um nível já alto, a animação traz sequências que ainda parecem novas, como a da perseguição da Mulher Elástica usando uma moto bipartida, as cenas com as mudanças ininterruptas de poder de Zezé e, principalmente, as com as intervenções da nova personagem, Voyd, e seus portais. Vários acenos de genialidade, mesmo que advindos de um roteiro longe de perfeito.

E a resposta à (ou evolução da) Marvelização pode ser a, nada fácil,  Incrivelização do cinema.

terça-feira, 21 de agosto de 2018

O mundo (jurássico) gira e o que foi incrível nunca deixa de ser



Depois de uma boa sacudida na franquia, o mundo jurássico volta às telas dependendo novamente do carisma de Chris Pratt e do fascínio do imaginário popular pelas criaturas (ops, agora "animais", não "criaturas"). E se o frescor de ideias já está quase extinto, pelo menos o diretor espanhol J.A. Bayona deixa sua marca e garante sequências de ação empolgantes e, por vezes, verdadeiramente assustadoras, como não se via há 25 anos, desde o Jurassic Park original. O roteiro, na busca (desesperada?) por escavações mais profundas, se aventura em uma temática de ficção científica ainda inexplorada na série e abre novas possibilidades para a terceira parte desta nova trilogia, prevista para 2021.

Jurassic World: Reino Ameaçado (Jurassic World: Fallen Kingdom), 2018





A temporada de férias da criançada é recheada de continuações, mas talvez a mais aguardada (pelos velhotes inclusive) tenha sido a do Sr. Incrível e sua família. E a longa espera valeu à pena, pois os 14 anos de evolução nas técnicas de animação se fazem presentes em tela e Os Incríveis 2 proporciona cenas inventivas e inspiradas que se destacam mesmo depois da Marvelização do cinema neste meio tempo. Claro que a trama de 'cuidado ao confiar no milionário que ofereceu um emprego' com 'precisamos aprender a combater como um família' é extremamente similar à do primeiro e a parcela de 'o homem tem que aprender a cuidar da casa, enquanto a mulher sai para ganhar o sustento do lar' é datada. Mas, a aventura, o humor e, como não podia deixar de ser, Zezé garantem uma diversão daquelas.

Os Incríveis 2 (The Incredibles 2), 2018




quinta-feira, 16 de agosto de 2018

Uma história que não ficou na história e uma história que não foi da história



Uma produção que dificilmente entraria no meu radar, não fosse a temporada de premiações é Eu, Tonya. Uma grata surpresa, o filme faz muito mais que uma cinebiografia padrão e impõe seu estilo para brincar com o que foi de fato verdade e o que pode não ter sido.  O maior exemplo é um personagem secundário, esquisito e sem noção beirando o caricato, cuja figura na vida real aparece nos créditos finais, em imagens documentais, se expressando da mesma forma surreal como foi interpretado. As atuações de Margot Robbie e Alisson Janney (que renderam respectiva e merecidamente uma indicação ao Oscar de Melhor Atriz e uma estatueta de Atriz Coadjuvante) são memoráveis.

Eu, Tonya (I, Tonya), 2017






A Morte de Stalin é outro que, se não estivesse figurando nas principais listas dos melhores filmes do ano até o momento, dificilmente teria chamado minha atenção. Só que, embora tenha um elenco de peso e um roteiro repleto de boas sacadas e tiradas, esta sátira não decola. Por vezes arrastada, a comédia dramática não tem compromisso qualquer com a história e simplesmente não é tão engraçada quanto acha que é: menos Monty Python do que dizem por aí e mais Irmãos Coen do que deveria.

A Morte de Stalin (The Death of Stalin), 2018




terça-feira, 14 de agosto de 2018

Carrie perto do fim, Dolores sabe-se lá quando, Marty no começo

O que andou rolando na telinha...



Sempre se reinventado, a série consegue se manter relevante e tensa, sustentado-se principalmente em bons personagens, amparados por excelentes atuações e roteiros redondos, que entretêm ao mesmo tempo em que discutem temas atuais. Foi que escrevi sobre a sexta temporada de Homeland. E exatamente o mesmo pode ser escrito para a sétima. A diferença é que esta penúltima temporada termina com um tom sombrio e deixa uma enorme (e boa) interrogação sobre qual será o mote da conclusão da série em seu oitavo e derradeiro ano.

Homeland (7a. temporada), 2018





Reinvenção também é a palavra para Westworld, com uma segunda temporada que não é mais do mesmo - tanto em termos de estrutura quanto em termos de temas. Sem deixar de lado as viagens filosóficas (desta vez entrando em território mais Black Mirror), agora o avançar da trama e a expansão da mitologia se sobrepõem ao desenvolvimento de personagens. Tecnicamente, o drama da HBO continua primoroso, com uma belíssima fotografia, mas seu roteiro sofre para equilibrar diversas linhas temporais não lineares. A coisa acaba ficando especialmente confusa com o último episódio (potencializado pela cena pós-créditos) que ainda descarrega uma enxurrada de reviravoltas. Tanta reinvenção que fica incerto o rumo que a série poderá tomar (e até se fará sentido continuar com o mesmo título).

Westworld (2a. temporada), 2018





Com tanta TV de qualidade na atualidade, é difícil para uma série nova realmente se destacar. E Ozark quase consegue. Sombria, tensa, intrigante e com personagens interessantes em situações inesperadas, como tantas outras, a produção da Netflix tenta se diferenciar ao mirar o impactante, como tantas outras. Buscando conquistar com um tom realista, escorrega justamente por recorrer a tanto desdobramento inverossímil. E se a vertente dramática de Jason Bateman, tão conhecido por suas atuações em comédias, é o ponto alto, a direção de Jason Bateman é ponto baixo, com enquadramentos óbvios e escolhas narrativas corriqueiras.

Ozark (1a. temporada), 2017




sexta-feira, 10 de agosto de 2018

Não deixe o blog morrer, não deixe o blog acabar...


"Não diga que você não tem tempo, seja honesto e diga que não é sua prioridade."

Li essa frase outro dia e ela me desarmou na desculpa de 'não ando tendo tempo pro blog'.

Há mais de dois meses não publico nada por aqui, apesar de já ter assistido nesse ínterim a séries e filmes (poucos, é verdade, mas...) que poderiam ter rendido comentários. Mesmo ainda gostando da ideia de fazer um registro para mim mesmo no futuro (e para as duas ou três boas almas que persistem em gastar tempo com o Padecin), o fato é que o temp... as prioridades pessoais e profissionais se sobrepuseram e restou ao blog bolas de feno rolando como numa cidade-fantasma ao som de um tema melancólico de faroeste.

Cheguei em pensar num post derradeiro encerrando as atividades, mas ficou o receio de bater um arrependimento depois. Novembro está logo ali com o marco de 10 anos após a primeira postagem. Seria possível esticar um pouquinho mais a sobrevida do blog para alcançar esta data simbólica? E de repente a empolgação e as prioridades se rearranjariam?

Bom, vou tentar.

De cara, acho que o objetivo é fazer um post periódico com tudo que assisti desde o post anterior, contendo apenas um resumo do que eu iria escrever sobre cada filme (que já eram textos pequenos) e simplesmente jogando a nota que eu iria dar. Cúmulo da preguiça na era em que ler é um luxo.

Mas, ao menos uma vez por mês nas atuais circunstâncias é algo factível. Não é bem uma meta - vou deixar a meta aberta, mas, quando atingir a meta, vou dobrar a meta. Aí, dobrando a meta, de repente aos poucos volto ao ritmo das épocas de glória do blog.

De qualquer forma, declaro o Padecin ressuscitado.


Mesmo que corra o risco mais de parecer um twitter.

quarta-feira, 30 de maio de 2018

Um Solo é pouco


Quem imaginar que Han Solo: Uma História de Star Wars é o equivalente àquela sequência inicial de Indiana Jones e a Última Cruzada em que River Phonenix encena como um jovem Indy conseguiu seu chapéu, sua cicatriz no queixo, seu medo de cobras, etc, só que esticado em mais de duas horas, não está totalmente errado. A boa notícia é que é são duas horas empolgantes e divertidas, que fazem jus a um dos melhores personagens da história do cinema. 

É verdade que nem todas as (se alguma das) características e marcas registradas do carismático contrabandista precisavam de uma história de origem e também que um bocado delas decepciona nesse filme, mas outras tantas agradam e, mesmo esperadas,  ainda surgem como elemento surpresa. Não que toda reviravolta funcione, mas a produção tem material original suficiente para fugir do óbvio e surpreender um espectador que já conhece o desfecho geral da história.


Esta condição de pré-continuação para as 'histórias de Star Wars' é algo de que a Lucasfilm e a Disney ainda não conseguiram se desvencilhar.  A proposta de construir narrativas independentes naquele universo ainda não foi cumprida. Enquanto Rogue One contava eventos que precediam diretamente o Guerra nas Estrelas original, Episódio IV: Uma Nova Esperança, o filme de Han Solo se aproveita fortemente de personagens já conhecidos da saga dos Skywalkers. E é também curioso como que ambos se prestam para aludir a supostos furos, dúvidas e até picuinhas dos fãs mais ardorosos da trilogia original.

A produção também traz conexões com os Episódios I, II e III, com uma passagem que gera confusão para quem assistiu somente às obras feitas para o cinema e não acompanhou as séries animadas Star Wars: The Clone Wars e Star Wars Rebels. Mais um momento inesperado e indesejado por aqueles que querem esquecer que a era Jar Jar Binks sequer existiu e/ ou que não concordam que conhecer os derivados para televisão deveria ser premissa para apreciação de um filme.

Quando está se divertindo sendo uma mistura de "filme de assalto" e faroeste intergalático é que Han Solo ganha mais pontos. Quando tenta se levar a sério e ser engajado, se perde. Maior exemplo é o da androide L3, que serve tanto como alívio cômico quanto como voz política ao pregar o livre pensamento dos robôs, mas recebe um desfecho totalmente incoerente e questionável (principalmente para quem está na mesma linha filosófica de alguns episódios de Black Mirror). Certas decisões dos roteiristas Lawrence e Jonathan Kasdan (pai e filho) são incompreensíveis. 

Mas, o veterano Lawrence, como não podia deixar de ser, é peça fundamental na construção respeitosa do mesmo personagem que o público sempre conheceu. Sua sensibilidade e a excelente, inspirada e precisa atuação de Alden Ehrenreich, consagram o trabalho quase impossível de recriar Han sob a sombra de Harrison Ford, sem se limitar ou parecer uma imitação e nem se distanciar ou se esconder atrás da desculpa de ser "uma nova versão" do mesmo.

As concepções visuais também não se restringem a homenagear às dos filmes existentes e há bastante espaço para criatividade, como o design de Lady Proxima e os elementos que circundam o vilão Dryden Vos: sua nave verticalizada, suas "adagas de luz" (?) e a dupla cantante em sua festa, que traz uma sonoridade que parece verdadeiramente alienígena. A própria trilha sonora de John Powell acrescenta algo de novo, com destaque para o tema de Enfys Nest e seu bando, e pega emprestado as melodias conhecidas do seu xará Williams somente na medida certa.

Na contramão do recém confirmado filme centrado em Boba Fett, esta história de Star Wars supera o ceticismo e não se apresenta como um caça-níquel. E, principalmente, não se tornou o frankenstein que poderia ter sido após sua produção atribulada por problemas de bastidores que levaram à troca de diretores no meio do caminho. Quando a Millenium Falcon salta para o hiperespaço e as luzes se do cinema se acendem, as falhas parecem ficar pra trás e só segue viagem a vontade de testemunhar novas aventuras que Han e Chewie ainda têm para desbravar antes de conhecerem Luke em Mos Eisley.


Han Solo: Uma História de Star Wars (Solo: A Star Wars Story), 2018

sábado, 12 de maio de 2018

Jogando tudo pro ar


A proposta é conhecida. Um grupo de amigos de meia idade se reúne em um encontro noturno inocente e eventos inesperados começam a acontecer. Os desdobramentos vão se intensificando e saindo de controle, muito em consequência de decisões erradas dos personagens, por simples falta de experiência ou de noção da realidade que os acerca. Mesmo não deixando de parecer uma mistura de Os 7 Suspeitos (comédia inspirada no jogo Detetive) com Vidas em Jogo (thriller dirigido por David Fincher), além de filmes sobre o submundo do crime moderno, A Noite do Jogo consegue parecer original e empolgante, em meio a tanta comédia genérica e apática.


Jogos de tabuleiro clássicos moldam a produção, tanto no seu enredo, quanto na composição de cenas e personagens. Os diretores abraçam o tema e inserem situações em que personagens agem tal como se estivessem participando de jogos, muitas vezes involuntariamente, como na cena que se desenrola como uma brincadeira de "batata quente" num divertido e bem feito plano sequência. Destaque também para o uso de tilt-shift em alguns planos gerais, quando as imagens dão uma ilusão de miniatura, remetendo a peças e cenários de um tabuleiro.

Com destaque para Jesse Plemons interpretando o vizinho policial pra lá de esquisito, a escolha do elenco é acertada, ainda que a pegada cômica pareça por vezes exagerada. O problema é que enquanto o já mencionado Os 7 Suspeitos assumia sua postura caricata, o roteiro de A Noite do Jogo tenta em alguns momentos dosar o humor da comédia com os perigos concretos de um thriller policial, sem ter completo sucesso em equilibrar o tom nessa mescla de gêneros.

Despretensioso e engraçado, o filme vale ser o substituto de uma noitada de jogatina com os amigos. E, pro bem ou pro mal, é tão memorável quanto.


A Noite do Jogo (Game Night), 2018