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sábado, 4 de fevereiro de 2023

Algo de novo que afronte

 

Depois que (injustamente?) perdeu boa parte de seu prestígio com os grandes estúdios de Hollywood, M. Night Shyamalan passou a se dedicar a produções mais contidas em escopo, locações, elenco, etc. E Batem à Porta é o diretor no ápice dessa sua reinvenção, esbanjando seu tino visual e sua capacidade de manter um clima constante de pavor. Ajudam o elenco engajado e a decisão de não escrever o roteiro sozinho. Mas... SPOILER... ainda assim não consegue evitar um revirar de olhos para um diálogo expositivo no clímax (apontando o óbvio) nem um gosto amargo (fomentado pela sua própria persona) em quem espera uma tradicional reviravolta, mas recebe apenas um desfecho bem direto e inequívoco. 

Batem à Porta (Knock at the Cabin), 2023




Desde sua estreia em festivais internacionais, quase cinco meses atrás, Tár vinha sendo lançado mundo afora sempre com uma opinião unânime: Cate Blanchett está esplêndida. Se o filme está à altura da atuação, se ela carrega o filme nas costas ou se nem isto salva o filme é debatível. Sendo a história de uma maestrina fictícia, talvez a melhor condutora de todos os tempos, o longa gasta muito tempo para pontuar a grandiosidade e o conhecimento da personagem-título através de conversas sobre música e sua profissão, e reserva pouco tempo para execução da música e da profissão. Um plano sequência (muito bem composto em vários enquadramentos) no primeiro ato e a relevância de temáticas atualíssimas (obsessão profissional, abuso e cultura de cancelamento) dão a esperança de que o longa não irá arrastar. Mas arrasta. Há muita coisa boa, mas daria para cortar uns 40 minutos de suas 2,5h de duração.

Tár (idem), 2022


Declaradamente uma adaptação do livro anti-guerra alemão (e não um remake dos dois filmes americanos), Nada De Novo no Front é uma surpreendente produção alemã que faz jus às suas nove indicações ao Oscar, sobretudo Fotografia, Direção de Arte, Maquiagem e Efeitos Visuais. Mesmo um pouco mais longo do que deveria, talvez seja o filme de guerra mais realista desde O Resgate do Soldado Ryan e, embora pessoalmente eu ainda goste mais de 1917, o filme de I Guerra mais importante desde Glória Feita de Sangue.

Nada de Novo no Front (Im Westen nichts Neues), 2022