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terça-feira, 2 de fevereiro de 2021

Escavações profundas e superficiais


Em termos de narrativa, caracterização e construção de conflitos, A Escavação pode facilmente ser rotulado de drama à moda antiga. O que há de diferente (e moderno) no filme é sua edição. Algumas pequenas cenas são montadas de forma não linear, dando uma sobreposição do antes e do depois, e muitos diálogos são construídos 'em off', em cima das reações dos personagens ao que está sendo dito pelo interlocutor. Tudo isso serve não somente para "economizar" tempo em tela e deixar o filme enxuto, mas principalmente para elevar a emoção das ações e de seus desdobramentos. Uma boa descoberta da Netflix.

A Escavação (The Dig), 2021





É de assustar que Doug Liman, um dos diretores de ação mais sólidos que se tem por aí hoje (vide A Identidade Bourne e No Limite do Amanhã), tenha dirigido um filme tão desinteressante e arrastado quanto Locked Down. O roteiro preguiçoso simplesmente acredita que ambientar a história no fechamento das cidades em 2020 e colocar os personagens (vários atores conhecidos do público) em situações parecidas com as que muitos viveram recentemente são suficientes para prender a atenção e tornar a obra relevante. Dica: não são.

Locked Down (Locked Down), 2021



Boas atuações e um senso de tensão latente permeiam o estranho Black Bear que é praticamente dois filmes em um, com uma conexão óbvia e clara, mas ao mesmo tempo muito confusa e, talvez, desproposital. A primeira parte, como é chamada, é um drama direto, sobre relacionamentos, enquanto a segunda parte se aprofunda no tema, agora utilizando uma metalinguagem curiosa e interessante, mas que resulta em muito pouco. Talvez o urso signifique alguma coisa que meu desconhecimento de psicologia ou minha baixa sensibilidade para filmes-arte me permita captar, mas a história poderia ter se equipado um pouco mais para visitantes de pouca bagagem, como eu.

Black Bear (idem), 2020


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