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terça-feira, 15 de janeiro de 2019

Primeiro o homem, depois o robô, por fim os homens



A proposta é até batida: "A façanha todos conhecem, agora vamos contar a história do homem por trás dela". E durante Primeiro Homem me peguei surpreso com o quão pouco (ou quase nada) eu sabia sobre a vida de Neil Armstrong, mesmo tendo passado a adolescência fascinado com viagens espaciais, NASA e ficção-científica. O filme faz um trabalho primoroso em humanizar uma figura definida somente pelo seu feito e acaba tendo a difícil missão de se sustentar em órbita de um protagonista imperfeito e muitas vezes nada simpático. Destaque para a bela trilha sonora de Justin Hurwitz e para os designs de produção e de som, que potencializam os riscos daquela corrida espacial que provavelmente atropelava pontos de segurança na pressão pela conquista da supremacia tecnológica.

Primeiro Homem (First Man), 2018





Em 2007, Michael Bay pegou um dos sonhos de qualquer criança dos anos 1980 e jogou no lixo. Transformou (vejam só) Transformers em um filme de ação genérico, um amontoado de explosões e efeitos visuais servindo a cenas confusas e desprovidas de emoção. E decidiu que o Autobot mais legal não seria um simpático Fusquinha, mas um Camaro. Só para ser cool (e inspirar uma dispensável canção sertaneja). E nada melhorou nas continuações dirigidas por ele mesmo. Passado o bastão para Travis Knight (experiente com stop-motion e em sua estréia em filmes de "carne-e-osso"), finalmente surge um filme dos Transformers com coração, sem afobação, com fusca e com tempo para se conhecer uma personagem feminina não objetificada. Boa parte do carisma de Bumblebee se deve à ambientação oitentista, com uma seleção nostálgica de canções para a trilha sonora. O pior do filme é fazer lembrar, nos minutos finais, que não se trata de um reboot nem de spin-off, mas de um prequel diretamente ligado aos filmes do Michael Bay.

Bumblebee (Bumblebee), 2018





Infiltrado na Klan é uma daquelas produções que reconta uma história real, que quase ninguém conhece e que, beirando o absurdo, todos achariam muito fantasiosa se fosse só uma obra de ficção. O filme aproveita de acontecimentos improváveis e brinca com a estética, trazendo humor para um cenário em que a tensão vai escalando a cada desdobramento da trama. O elenco está afiadíssimo, porém o cineasta Spike Lee escorrega um pouco ao pesar a mão nas referências e paralelismos com o cenário político atual dos E.U.A., culminando na exibição de imagens reais divulgadas nos noticiários em 2017, antes dos créditos finais.

Infiltrado na Klan (BlacKkKlansman), 2018




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