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sábado, 19 de janeiro de 2019

No raso, raso...



Lady Gaga realmente é uma cantora talentosa e já havia provado na cerimônia do Oscar em que homenageou Julie Andrews e A Noviça Rebelde que tem potencial gigantesco fora do estilo pop que escolheu para sua carreira. Mas, convenhamos, atuar não é seu forte. E Nasce Uma Estrela é uma refilmagem que perde a oportunidade de evoluir e apresentar relacionamentos mais atuais que os das épocas de suas versões anteriores (1937, 1954 e 1976). Sobram clichês e falta originalidade. Conveniente que a canção principal seja "Shallow".

Nasce uma Estrela (A Star Is Born), 2018






Podres de Ricos ganhou destaque por dar voz e oportunidade a um elenco e equipe predominantemente asiáticos em uma produção hollywoodiana. Apesar de isto ser um feito louvável e que merece ser incentivado, verdade seja dita: tudo mais no filme pouco se diferencia de outras boas comédias americanas com a fórmula onde cada parte do casal é de um "mundo" (cultural, social) diferente.

Podres de Ricos (Crazy Rich Asians), 2018






De Harry Potter e o Prisioneiro de AzkabanGravidade, passando por Filhos da Esperança, Alfonso Cuarón sempre se mostrou um contador de história com um tino visual singular.  Seu mais recente e aclamado filme, Roma, é mais uma obra admirável por seus enquadramentos distintos e composições de cenas complexas. Mas, infelizmente, estes servem a uma história superficial. Há simbolismos, claro, mas muito deles pouco tangíveis, displicentemente escondidos sob o rótulo de filme-arte, como que numa manobra autoindulgente. Existe um contexto político-econômico, mas Cuarón apenas pincela o que está em jogo, falhando em estabelecer uma conexão para espectadores que desconheçam a história do México. Pior, o que é supostamente um estudo de personagem acaba podado por um roteiro que dá pouca voz (às vezes literalmente) à protagonista, explorando muito pouco sua persona e seu passado, dificultando o elo emocional com o público. Das poucas vezes em que verbaliza seu sentimento (no desfecho de uma cena tensa e excepcional), o resultado é apenas uma mensagem ambígua e amarga, que age em desfavor do momento mais forte do filme. Roma é arte, mas poderia ser algo um pouco mais.

Roma (Roma), 2018




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