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quinta-feira, 9 de novembro de 2017

Infinitas possibilidades


A primeira coisa que precisa-se saber sobre a animação Rick and Morty é algo que já deveria estar bem claro para todo mundo, mas uma enormidade de pessoas insiste em não assimilar. Só porque algo é um “desenho animado” não significa que seja para crianças.

Rotuladas como adequadas para maiores de 14 anos pelo Cartoon Network em sua faixa Adult Swim, as aventuras do avô cientista alcoólatra (um Doc Brown doidão e insensível) e seu neto (um Marty McFly bobinho e fracassado) poderiam muito bem ter uma recomendação etária até maior - nem tanto pela violência (estilo ficção científica, mas muito vezes crua) nem pelo linguajar (“bleepado”, mas fortemente presente), mas por conceitos e valores que não deixam de ser perigosos para uma mente em formação. Um público mais maduro (e menos conservador), porém, pode desfrutar da acidez e do entretenimento que a série tem a oferecer.


Comédia e ficção-científica são os pilares de todos episódios. No primeiro pilar, sobram humor negro e o politicamente incorreto, variando desde risíveis pequenas críticas até o puramente ofensivo e cruel. O segundo pilar abusa (no bom sentido) de sátiras e paródias (um festival de alegria para fãs de cinema e séries), mas não se limita a isto, esbanjando criatividade e desenvolvendo ideias inteligentes e originais que poderiam render episódios muito maiores que aqueles 20 minutos ou até mesmo longa-metragens completos. Não é raro o espectador perder detalhes interessantíssimos e chamadas visuais inventivas em meio a tanta correria.

Por vezes a animação decide explorar arcos dramáticos e não pega leve com seus personagens e nem, por consequência, com seu público. Seja em qual vertente, Rick and Morty não é de fácil consumo, nem é de se recomendar para qualquer pessoa. É um programa para poucos. Mas, para poucos gostarem muito.


Rick and Morty (1a., 2a. e 3a. temporadas), 2013 a 2017




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