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quinta-feira, 7 de setembro de 2017

Maravilha, DC


Em um filme que nem era dela, Batman V Superman: A Origem da Justiça, ela já se destacou. Como contraponto ao Superman amargurado, que desde Homem de Aço parece pouco se importar com os homens, a Mulher Maravilha dessa geração surge muito parecida com o Superman do Christopher Reeve: idealista, por vezes inocente e, principalmente, uma heroína nata, convicta na missão de salvar a humanidade, mesmo que ela não mereça.

Em seu longa-metragem solo, a personagem Diana (que curiosamente nunca é referida como Mulher Maravilha) é sustentada pelo carisma, pela confiança e, claro, pela beleza de Gal Gadot. Seu companheiro em tela, Chris Pine, traz charme e bom-mocismo na medida certa, e a química perfeita entre os dois rende momentos divertidos e tenros. A produção transpira empoderamento feminino e a diretora Patty Jenkins conduz cenas de ação memoráveis de tirar o fôlego.


Os problemas estão no roteiro, escrito por homens, óbvio.

A dinâmica do envelhecimento da heroína não fica clara. Ela para de envelhecer em certa idade? Ou ela envelhece muuuuuuito devagar e foram séculos que se passaram em Themyscira? E qual o motivo daquele mistério em torno das origens de Diana? Por que sua mãe não conta a verdade logo quando a filha vai embarcar em uma jornada "talvez sem volta"? Ela espera que o vilão explique tudo para Diana no momento de maior perigo de sua vida??

A própria reviravolta em torno do vilão não é nada surpreendente e se desenrola em meio a vários clichês do gênero. Aliás (SPOILERS a seguir), teria sido muito mais interessante se Ares não fosse uma só pessoa, mas várias, ou melhor ainda, uma espécie de entidade não física, uma manifestação coletiva, difícil de se combater - o que justificaria a eterna luta da Mulher Maravilha na terra dos homens. Afinal, onde ela estava durante a II Guerra Mundial? Tirando poeira de múmia no Louvre enquanto esperava ser chamada para Liga da Justiça nos anos 2010?? (E, pior, onde estava o Deus da Guerra??)

Mas, francamente, pouco importa... Só o fato do universo da DC nos cinemas ter finalmente entregue um filme com genuíno espírito de super-herói já ameniza os erros dos homens.


Mulher-Maravilha (Wonder Woman), 2017





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