Homeland é fora do comum.
Após concluir satisfatoriamente um arco principal que foi o condutor de suas três primeiras temporadas, a série conseguiu se reinventar e voltar igualmente relevante e tensa em suas quarta e quinta temporadas. Seu sucesso se sustenta principalmente em bons personagens, amparados por excelentes atuações e roteiros redondos, que entretêm ao mesmo tempo em que discutem temas atuais.
Quando a corrida presidencial estadounidense ainda estava em sua fase inicial, foi anunciado que a sexta temporada acompanharia os momentos logo após a eleição da primeira presidente mulher nos EUA. Assim, com Hillary Clinton liderando as pesquisas de intenção de voto e Donald Trump parecendo um pesadelo distante e improvável, tudo indicava que Homeland retornaria mais pertinente do que nunca. A eleição de Trump e a mudança de cenário na série geraram desconfiança, mas, mesmo com dois primeiros episódios mornos, a temporada provou que a ficção não precisa seguir fielmente a realidade para tocar nas feridas certas. Ou que tocar nas feridas erradas é igualmente eficaz.
E a série da Showtime também consegue escalar a tensão em dramas mais pessoais, fazendo de situações dentro de um lar ou em um tribunal verdadeiras bombas-relógio e que, mesmo sem explosões literais, acabam despedaçando emocionalmente personagens e espectadores. O elenco, liderado por Claire Daines, continua afiado e a temporada ainda permite a Rupert Friend dar uma nuance a mais para seu Peter Quinn. Indicações ao Emmy e ao Globo de Ouro para ele seriam mais que merecidas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário