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terça-feira, 23 de junho de 2015

Acessibilidade é importante


Lost ainda é a melhor série de todos os tempos. E o diferencial dela para outras atualmente altamente badaladas é a acessibilidade.

Uma recomendação de Game of Thrones, por exemplo, sai mais ou menos assim: "Você devia assistir! É excelente, muito bem produzida e escrita, tem ótimas atuações, mas... esteja avisado(a) que é bastante gráfica e contém muito linguajar, nudez, violência, sexo, violência sexual, tortura, incesto, defenestração, mutilação, decapitação (em cima e embaixo), furação de olho (no literal e no figurado), exposição de cadáver, reanimação de cadáver, reexposição de cadáver reanimado e homicídio, regicídio, infanticídio, parricídio, personagemfavoritocídio e quase toda variação possível que possa terminar com o sufixo 'cídio'."

Mesmo também tendo violência, drogas, sexo, defenestração, tortura, exposição de cadáver, reanimação de cadáver (por que não?), etc, etc, era possível recomendar Lost virtualmente para qualquer pessoa, sem poréns, pois tudo era tratado de uma forma mais sutil, maquiada ou subentendida.


Muitas vezes algumas cenas mais pesadas são necessárias e servem às histórias de seus filmes e/ou séries. Mas, na maioria das vezes fica a sensação de que a HBO (com Game of Thrones e virtualmente qualquer outra série sua) opta pelo apelativo para ter o efeito de choque e se manter na conversação. Lost, por sua vez, conseguia se manter na conversação e também proporcionava seus momentos de choque, sem apelar.

E era comum, e saudável para sua popularidade, ver Lost sendo discutido não só em bares e na internet, mas também nas mesas de jantar das famílias. Ver uma estreia de temporada ou um episódio final era um evento em que podia ser feito com toda a família reunida. Diversão garantida. Já com Game of Thrones isso é bem mais difícil. O mais provável é que seja constrangimento garantido, como mostra a sátira "Watching Game of Thrones With Your Mom" (aviso: inclusive este curta tem material inadequado).

Num mundo que icentiva um consumo de conteúdo cada vez mais individualista, com os tablets, notebooks e os Nows, HBOGos e Netflixes, o diferencial de Lost foi proporcionar entretenimento que incentivasse a experiência coletiva. If we can't watch together, we will live alone, como numa ilha perdida, certo Jack?

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