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sexta-feira, 21 de agosto de 2020

O poder está com os estreantes



Com um elenco de peso e considerando o excelente nível de qualidade das produções feitas diretamente para streaming hoje em dia, era de se esperar que Power traria aquela sensação de um blockbuster injustiçado por não ter sido lançado nos cinemas por causa da pandemia. Mas a produção não vai nada além de um "filme para TV" (no conceito antigo), desperdiçando uma premissa interessante com clichés de ação e efeitos visuais longe de impressionantes. A Netflix consegue fazer melhor (e até fez recentemente, com The Old Guard).

Power (Project Power), 2020






Estreante em longas de ficção, a diretora australiana Kitty Green chega com ousadia, ignorando o mestre Hitchcock e seu "filmes são iguais à vida, mas sem as partes chatas". A Assistente mostra uma vertente minimalista e realista (e chata?) de um assunto sério e atual, que facilmente poderia ser representado com melodrama e panfletagem. Sob as regras básicas de roteiro, dá para entender totalmente quem não consegue se conectar com o filme e diz que "nada acontece". Mas, talvez o grande trunfo seja este - expor que "muito acontece" sob uma aparente normalidade e a complexa realidade de quem depois acaba acusado de "ter feito nada" sobre a situação.

A Assistente (The Assistant), 2019






O diretor russo Egor Abramenko não esconde as influências do cinema americano em seu longa de estreia, Sputnik, e realiza uma ficção-científica sólida que, embora esteja presa ao escopo contido das produções de baixo orçamento, consegue compor um visual (fotografia e efeitos) de primeira. Os elementos gráficos de terror são um ponto baixo, mas não atrapalham o suspense psicológico e o drama pessoal que, como um parasita, vão crescendo e nos dominando ao longo do filme.

Sputnik (Спутник), 2020


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