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domingo, 20 de dezembro de 2015

O Adormecer da Força no Spielberg


Steven Spielberg raramente erra. Mas erra.

No começo do mês, após ter visto Star Wars: O Despertar da Força três vezes, o cineasta declarou que este poderia se tornar o maior filme de todos os tempos. Aqui fica o crédito pro cara que é o equivalente a um Jedi no mundo do cinema: ele não errou, só exagerou muito.

O caso é que o Episódio VII da saga criada por George Lucas é realmente muito bom. Conseguiu reunir e reciclar tudo o que deu certo na trilogia original e expurgou ou corrigiu tudo o que deu errado nos Episódios I, II e III.

Se os novos elementos e os novos personagens, sobretudo os de Daisy Ridley, John Boyega e Adam Driver, são interessantes o suficiente para sustentar o filme e gerar expectativa para mais dois terços de uma nova trilogia, o protagonista mesmo é Han Solo, seja pela ordem em que surge nos créditos (a primeira vez que um não-Jedi recebe a honra em toda a saga), seja por roubar sem cerimônias todas as cenas em que aparece.


Criando sequências de ação empolgantes e fazendo com que a Industrial Light & Magic voltasse a acertar a mão nos efeitos especiais, a maior contribuição de J.J. Abrams para Han Solo & cia. terem funcionando tão bem, certamente foi conseguir fazer com que o roteirista Lawrence Kasdan (de O Império Contra-Ataca e O Retorno de Jedi) retornasse à saga. Mesmo tendo uma estrutura muito, muito parecida (e até suspeita) com Uma Nova Esperança, o roteiro de O Despertar esbanja humor e emoção e se prova um trabalho de alguém que, além de competente, tem muita afeição por aqueles personagens e que conhece bem a dinâmica daquele universo.

É assim que O Despertar da Força evidencia um desses tais raros momentos em que Spielberg errou. Se Harrison Ford, mesmo mais velho, conseguiu fazer um Han Solo tão marcante e fiel ao original, imagina como teria sido o quarto Indiana Jones se Spielberg tivesse buscado o Lawrence Kasdan de Caçadores da Arca Perdida para assinar o roteiro...

2 comentários:

  1. Boa! Quem sabe não vem um quinto Indiana Jones para a redenção, tal qual o Despertar da Força?

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    Respostas
    1. Seria uma ótima, mas sinto que a oportunidade foi perdida...

      Complementando o que escrevi, veja o que J.J. Abrams disse:
      "Uma das coisas mais surreais e maravilhosas foi conhecer e colaborar com Lawrence Kasdan. (...) Lá estava eu trabalhando em cenas com o Han Solo, e o Larry falava, 'Acho que o Han não diria isso'. Eu dizia tudo bem, e pensava, 'Bom, ele deve saber. Ele escreveu o Han Solo em alguns dos melhores momentos da história do cinema'."

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