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quinta-feira, 17 de setembro de 2015

Libertas quae sera tamen


Neste mês de Setembro fiquei livre de uma força invisível e inexplicável que me prendia. Um poder além do meu alcance, chamado CBS, cancelou Under The Dome ao final de sua terceira temporada e me poupou de TER que assistir uma quarta (ou mais) temporada(s).

De fato, não sei o que me impedia de abandonar a série. Talvez fosse o anseio por resolução, a esperança de que os nomes Stephen King e Steven Spielberg fossem pesar em algum momento, a vontade de simplesmente contrariar amigos e esposa ou o apego à máxima do deputado mais votado no nosso país, "pior que tá, não fica".

Gosto de me convencer que o motivo real era para realizar exercícios de análise e crítica de roteiro ruim (conjugado, com bastante frequência, com má atuação). Ou seja, o que eu fazia esporadicamente quando pescava cenas de novelas (como aqui e aqui, por exemplo), passou a ser uma atividade constante e desejada. Quase masoquismo.

Inútil apontar os erros de Under The Dome agora, mas acho que vale destacar uma atrocidade - ou uma genialidade, se considerarmos o feito como uma metalinguagem consciente  - cometida no último episódio.

Como típico em um filme de terror, tudo parece estar bem e resolvido no último ato. Certos de estarem livres da vilã há mais de ano, os personagens principais debatem sobre uma novidade captada por uma câmera de segurança do outro lado do país:

- Não é possível! Ela não morreu em Chester's Mill?
- Era o que pensávamos.

No que o personagem Big Jim, do excelente ator Dean Norris (coitado), diz:

- Fale por si mesma. Eu vi filmes ruins o suficiente para saber que se não há corpo, não há morte.

A ironia?

Este episódio derradeiro faz o truque (de filme ruim) "morreu, só que não" não só com um, mas com dois personagens!!!


CBS, nem venha com gracinhas, mostre-nos o corpo de Under The Dome...

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