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sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Fora de área


Com a introdução do VHS e, posteriormente, do disco laser, o espectador conheceu a magia do pause e, com sua imaginação fértil, começou a criar várias lendas urbanas em cima de imagens ambíguas de filmes conhecidos.

As mais famosas são a cena onde pode se ver um dos atores anões que se suicidou por enforcamento no set de O Mágico de Oz, a cena em que aparece o fantasma do menino que morreu no apartamento onde Três Solteirões e um Bebê foi filmado e as inúmeras mensagens subliminares nos desenhos da Disney. A razão logo provou que o anão enforcado era um pedaço de cenário, o fantasma era um cartaz do ator Ted Dason e as forças ocultas da Disney eram apenas easter eggs mal feitos/maldosos ou ilusões de ótica sugestivas.


Porém, a mais recente (que tomei conhecimento, pelo menos) é uma das mais criativas. Em O Circo, de Charlie Chaplin, filmado em 1928, é possível ver claramente uma pessoa falando ao celular! Claro que a comunidade na internet chegou à conclusão que, involuntariamente, a produção registrou as imagens de um viajante do tempo!

Veja e decida: http://www.youtube.com/watch?v=Gj3qesTjOE8

A minha única dúvida de engenheiro é: com qual ERB que aquele aparelho estava se comunicando em 1928???

Tomara que o celular do cara não seja chinês, porque se não lá se foram as chances dele voltar pro tempo dele.

domingo, 23 de outubro de 2011

Vinga ou não vinga???


A principal impressão que Thor deixou foi de um grande trailer para Os Vingadores. Além, é claro, de parecer uma grande reciclagem de idéias.

Pois, Capitão América: O Primeiro Vingador, com este sub-título (que por sinal deve ter sido contestado pela turma da Caverna do Dragão), assumiu oficialmente o papel de prévia da grande arma que a Marvel prepara para ano que vem enfrentar o Cavaleiro das Trevas Ressurge, da rival DC Comics.

No fim das contas, Capitão América consegue aguçar a vontade de ver Os Vingadores. E não parece uma grande reciclagem de idéias. Apesar de que...

...foi possível notar na produção alguns rostos conhecidos de outras épocas. Exemplos?

O Máskara
Sssssssmokin´! P-A-R-T-Y? Because I gotta!!!

"Seu" Ptolomeu, da Escolinha do Professor Raimundo
Queria ter um filho assim... E um neto igual ao Robert Downey Jr.

Os coadjuvantes franceses de Top Secret - Superconfidencial. Lembram deles???
 -This is Chevalier, Montage, Detente, Avant Garde, and Deja Vu.
-Haven't we met before?
-I don't think so.
-Over there, Croissant, Souffle, Escargot, and Chocolate Mousse.

Ééé... A turma vai ter que se esforçar bem na originalidade no próximo filme pra conseguir derrubar o Christopher Nolan.


quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Caminhando e cantando e dançando conforme a canção


Walk the talk.

Esta é uma expressão muito utilizada no mundo corporativo hoje em dia, que basicamente aponta uma qualidade que gestores devem ter: traduzir o que disseram em ações. Ou seja, cumprir o que prometeu, corresponder às expectativas.

Tenho acompanhado o "caso Rafinha Bastos" por alto (também com a grande ênfase da mídia na web, nem tinha como ficar alheio), e acreditava que poderia se tratar de uma simples falta de walk the talk.

O raciocínio é o seguinte: o CQC sempre prometeu e, até onde acompanhei, cumpriu, um humor mais inteligente e menos apelativo. Não vejo programas como Pânico ou Jack Ass justamente porque eles cumprem o que prometem. Eles têm a liberdade de fazer o que fazem e eu tenho a liberdade de não gostar e sintonizar qualquer uma das outras dezenas de opções na minha TV. Com o CQC, portanto, existe um acordo tácito de que não verei piadas de cunho pedófilo, por exemplo.

Recentemente, o humorista Marcelo Adnet apresentou no Comédia MTV um quadro intitulado "Casa dos Autistas" em que, ao mesmo tempo que parodiava o programa Casa dos Artistas, fazia humor alusivo a pessoas com autismo. O público não reagiu bem à esquete, chegando até a criar petição contra o programa.

Na época comentei o seguinte na lista de discussão de amigos que participo:

"É... e outro dia mesmo vi entrevista do Adnet dizendo que não se propõe a fazer humor com coisas como o terremoto do Japão ou os assassinatos na escola de Realengo."

Ou seja, mais um caso em que o "acordo" foi quebrado.

Ainda, neste mesmo e-mail completei:

"Não vi o Casa dos Autistas e já sei que não iria gostar. Mas, também acho que rola hipocrisia, pois aposto que tem muita gente nesse abaixo assinado que aprova as piadas politicamente incorretas, perversas e exploradoras de minorias ou deficientes físicos/mentais de Trey Parker e Matt Stone (South Park, Team America), Irmãos Farrelly (Quem Vai Ficar Com Mary, Eu, Eu Mesmo e Irene) ou Seth MacFarlane (Family Guy, The Cleveland Show)."

Nem o espectador fica imune à falta de walk the talk.

Agora, percebam o pior nesta história toda: Nada aconteceu com Adnet e MTV, já Rafinha Bastos está com o emprego em risco e sofrendo processo.

Não quero a caveira de um nem a absolvição de outro, mas, é necessário apontar duas coisas alarmantes:

1) A censura é condenada em vários artigos da Constituição Federal

2) O caso do Rafinha só teve o desdobramento que teve porque atingiu diretamente celebridades - ainda por cima celebridades com forte poder de patrocínio na Band.

Então, sociedade brasileira, vamos jogar fora nossa Constituição (até mesmo porque os próprios políticos, muitos deles constituintes de 1988, já não a respeitam mesmo) e vamos repudiar o humor de mau gosto somente quando ele afetar pessoas importante$ e influente$.

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Eles estão aqui!


O Número Quatro, Invasão do Mundo: Batalha de Los Angeles, Skyline, Apollo 18, Paul, Super 8, Cowboys & Aliens, Transformers 3, The Darkest Hour, O Enigma de Outro Mundo, Attack the Block, Lanterna Verde...


Parece que a coisa tá feia para os humanos este ano.

Com uma mistura variada de gêneros e estilos, os extra-terrestres vêm dominando as salas de exibição de 2011. Nem a TV escapou (certo, Falling Skies?). Como há muito a se aprender com os filmes, o i-flicks.net preparou um infográfico para ajudar a nós, meros terráqueos, a não perecer em uma invasão alienígena:

(clique para aumentar)


Ainda bem que o 7 de Setembro já passou...

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Guitarra de rock'n'roll, batuque de candomblé


Passou o primeiro fim-de-semana do Rock in Rio 2011 e o que mais tenho escutado são coisas do tipo: Como pode o "RocK" in Rio ter coisas como Cláudia Leitte, Katy Perry, Rihanna, Ke$ha, Ivete Sangalo e Shakira??? Isso não é um festival de rock, é um festival pra ganhar dinheiro fácil! Os organizadores desandaram nesta edição!

Concordo plenamente com as duas primeiras frases. Com a terceira, nem um pouco.

O festival não só passou a descumprir seu sobrenome em 2004, com edições em Lisboa e Madrid, como também nunca fez jus ao seu nome plenamente.

Sei que todo mundo queria, mas não é fácil esquecer que o Rock in Rio anterior, de 2001, incluiu em sua programação Daniela Mercury, 'N Sync, Britney Spears, Five, Sandy & Junior, Aaron Carter e Carlinhos Brown. No Rock in Rio II, de 1991, apareceram artistas como Prince, Jimmy Cliff, Billy Idol, Hanoi Hanoi, New Kids On The Block, Roupa Nova, Run DMC, Serguei, George Michael, Paulo Ricardo e Information Society. Nem a própria edição original do festival em 1985 escapou ilesa, ao abrir o palco para Ney Matogrosso, Erasmo Carlos, Baby e Pepeu, Ivan Lins, Elba Ramalho, Gilberto Gil, Rod Stewart, Moraes Moreira e Go-Go's. Lembro-me muito pouco, mas tenho certeza que os roqueiros da época reprovaram as participações dos então ícones do pop Paralamas do Sucesso, Lulu Santos, Blitz e B-52's.

Reclamar da programação do Rock in Rio é válido, acusar de trair as origens, não.
 

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Pra não ficar desanimado


Um bocado de anos atrás fui ao Animamundi na Casa do Conde e fiquei surpreso com a quantidade de animações bacanas que foram exibidas. Só que praticamente nunca mais tive notícias das que mais gostei, para tentar revê-las. E nunca mais tive notícia de Animamundi em BH, se é que deu as caras por aqui depois disso. É triste constatar como que muita coisa legal e de qualidade dificilmente chega ao grande público. E a arte precisa de público, para que mais arte seja feita. (Ok, sei que a frase original era "dinheiro" em vez de "público", mas me dei a liberdade artística de mudá-la)

Portanto, é bom quando se descobre que as pessoas, inclusive próximas a você, são empenhadas em realizar suas produções, independente das dificuldades. Com isto, convido aos amigos a conhecerem o trabalho do Dedé, que junto com seu irmão Leleu, realiza trabalhos nas variadas artes, inclusive animações. A minha irmã me iniciou com o curta Velocidade, que está no YouTube, mas particularmente fiquei fã da divertida história da Mula Sem Cabeça no "Pequenas Histórias de Lendas e Mitos de Grandes Negócios", que pode ser visto no http://www.dedeeleleu.com.br/. Entrem lá e procurem pela Mula na lista de vídeos.


Vamos aprender a ver mais curtas-metragens. Grandes histórias podem sair de pequenos frascos.

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Dr. Jones


Descobri que tenho algumas coisas em comum com Damon Lindelof, um dos criadores de Lost. Além de ambos sermos mamíferos, bípedes, com telencéfalo altamente desenvolvido e polegar opositor, há um outro fator que nos aproxima, e provavelmente nos distancia da maioria dos seres humanos: Caçadores da Arca Perdida. Mais especificamente, o amor incondicional pelo filme, o fato de nos lembrarmos claramente a primeira vez (de centenas) que o vimos e a curiosidade destas sessões inaugurais envolverem emergências vesicais.

Em comemoração aos 30 anos de lançamento da brilhante primeira aventura de Indiana Jones, Damon escreveu uma carta de amor ao filme. O texto começa com a frase: "Lembro-me claramente da última vez que fiz xixi nas calças". O motivo? Além de ter 8 anos, ele estava no cinema vendo Caçadores de Arca Perdida e simplesmente não podia perder um minuto da projeção para poder ir ao banheiro. Nada mais justo.

Eu não tive a oportunidade de ver Caçadores no cinema, era muito novo e nem sequer tomei conhecimento da existência dele. Porém, em 1983, se não me engano, houve um evento na casa dos meus pais. Meu tio combinou de reunir toda a família para apresentar sua mais nova aquisição: um tal aparelho de videocassete. Eu não fazia a mínima ideia do que estava acontecendo, além do fato de que iríamos ter uma "sessão de cinema em casa". E o filme era Caçadores da Arca Perdida.

Fascinado pela produção antes mesmo de sua metade, lembro-me claramente quando - Indiana Jones na escavação, com o Cajado de Rá nas mãos, tentando localizar o Poço das Almas - minha mãe anuncia: "Preciso ir ao banheiro!"

- Não, mãe, não vá! Você vai perder o filme!
- Calma, ela pode ir sim. A gente "para" o filme.
- Hã?!?! Nós todos vamos perder, então??? Aí, não!
- Não, não... Com o videocassete tem como parar e continuar depois exatamente de onde estava.
- Hein?!?!
- Veja só...

Então, meu tio acionou o "Pause". E o Indiana ficou lá olhando para a miniatura da cidade de Tânis, estático.


E, quando minha mãe voltou, tudo continuou exatamente de onde estava. Uau.

Mas, a maravilha maior que aquele aparelho poderia proporcionar ainda estava por vir... Quando acabou o filme, que eu então passei a considerar como um dos melhores que já tinha visto (e até hoje, quase 30 anos depois, ainda considero), meu primo disse: "Podemos ver de novo???". E podia. Quantas vezes quisesse. Pelo menos até segunda-feira, quando a fita tinha que ser devolvida para o "video-clube".

Instantaneamente virei fã de Indiana Jones, de Steven Spielberg e do inventor do videocassete (quem quer que seja).


P.S.: O "P.S." da carta do Lindelof indica que temos ainda mais coisas em comum que o amor por Caçadores, o telencéfalo altamente desenvolvido, o polegar opositor, etc, etc.