As chamadas de TV de Corra!, poucos dias antes de sua estreia nos cinemas brasileiros, citavam em letras garrafais comentários de alguns críticos: "ASSUSTADOR" e "DIFERENTE DE TUDO O QUE VOCÊ JÁ VIU". Vendida como um filme de terror, a produção teria se beneficiado mais se não tivesse sido rotulada como tal, pois pegaria a plateia de surpresa já que é de fato assustadora e diferente do basicão que existe por aí. Mas, não pelos motivos óbvios.
Se não fosse pela cena de abertura (que já chega fugindo de um dos arquétipos do gênero), o espectador ficaria se perguntando que tipo de filme é aquele até bem além de sua metade, quando assume situações mais comuns ao terror (mesmo mantendo-se firme no propósito de se desviar de clichês). O que não significa que ele só fica assustador e diferente no terceiro ato. Pelo contrário.
Acompanhando de perto Chris, um fotógrafo afro-americano interpretado por Daniel Kaluuya (o ponto forte do
O diretor estreante Jordan Peele conduz a produção de baixo custo com determinação e competência e, fazendo jus à sua experiência como ator e escritor de comédia, encontra um adequado espaço para alívio cômico, personificado no amigo Rod, o Agente de Segurança do Transporte. Seu roteiro constantemente mexe com as expectativas e, talvez justamente por isto, pode não agradar a todos. Com um material que facilmente cativa a empatia do espectador e o deixa na pele (vejam bem!) do protagonista, é compreensível que parte do público queira gritar o "meta-título" do filme não para a tela, mas para si.
Corra! (Get Out), 2017
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