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quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Que fim levou Batman?


Christopher Nolan divulgou em nota que nunca planejou seu Batman como uma trilogia. E mesmo tendo feito de Batman Begins um filme único e, posteriormente, de Cavaleiro das Trevas sua única continuação, sem pontas propositalmente soltas, o diretor conseguiu transformar Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge em uma excelente conclusão para o que acabou parecendo ser um mesmo filme, de sete horas e meia de duração. Remetendo a elementos, temas e personagens das histórias anteriores,  o Ressurge funciona não só como uma jornada incrível separadamente (com ótimas atuações, um vilão ameaçador, cenas de ação de tirar o fôlego, excelente trilha sonora, etc.), mas também como um fim satisfatório de uma saga.

Os minutos finais, especialmente, são de uma grandiosidade emocional de fazer o público vibrar e bater palmas, como nos cinemas de antigamente. É de se estranhar que algumas pessoas não tenham gostado de certos aspectos ou que até tentem argumentar que existe ambiguidade no que é apresentado.

ATENÇÃO: O texto contém SPOILERS, leia somente se tiver assistido.

Ao contrário de A Origem, Christopher Nolan não deixa espaço para dupla interpretação. Enquanto na sua incursão ao mundo dos sonhos o diretor deixa o espectador preso à ótica do personagem de Leonardo DiCaprio, neste Batman não há porque interpretar o final como um sonho ou imaginação de Alfred. São apresentados os pontos de vista de vários personagens, não só o do mordomo - Lucius Fox  descobre que Bruce Wayne deu um jeito no piloto automático do Morcego, Jim Gordon encontra o bat-sinal consertado, John Blake busca os itens deixados por Wayne em seu testamento (mas que claramente foram deixados lá após sua "morte"). A não ser que eles estejam em um sonho coletivo e que o nome original do filme seja Batman: Inception Reloaded, a ambiguidade está descartada. Sábia e maestralmente Nolan dá um desfecho compensador aos personagens principais de sua saga: Alfred (em uma emocionante e impagável atuação de Michael Caine) vê seu sonho se realizar;  Lucius Fox descobre a verdade sobre o destino de Wayne; e este, por sua vez, finalmente encontra paz sobre as mortes que modelaram sua vida.

E quanto ao Batman?

Muitos reclamaram que Nolan não teve "coragem" de matar o homem-morcego. Mas, se tantas vezes os quadrinhos e o cinema já ressuscitaram tantos super-heróis, para que perder tempo matando literalmente o personagem? Entendam, Batman morre, sim, ao final da projeção. O Bruce Wayne mostrado em Florença é claramente um Bruce Wayne bem diferente, "livre" daquela sua outra personalidade que cada vez mais o consumia psicologicamente e o destruía fisicamente. "Ou você morre herói, ou você vive o suficiente para se tornar o vilão", certo? Batman morre, e um novo Bruce Wayne surge (de repente até com nova identidade e passado, ajudado pelo software que passou para Selina Kyle).

Batman morre e, mais do que executar um simples sacrifício heroico e altruísta, cumpre a função que todo herói deveria cumprir: deixa um legado, um exemplo, uma fonte inspiradora para que haja continuidade naquilo que a humanidade deveria abraçar - Praticar o bem vale a pena, o bem é o que prevalece e perpetua.


Chamem esta continuidade de Robin, Asa Nortuna, Batman 2.0, o que for. Eu não me importo. Eu simplesmente me levanto e aplaudo Christopher Nolan.


2 comentários:

  1. Eu também gostei muito da trilogia. Tenho minhas reservas exclusivamente quanto a participação do Duas Faces no Cavaleiro das Trevas. Achei desnecessário seu aparecimento, ficou meio fora do filme... Além de ter queimado um vilão rapidamente... Mas não entendi a parte "Chamem esta continuidade de Robin, Asa Nortuna, Batman 2.0, o que for." Aquele cara não é o Robin e ponto? Há espaço para outras interpretações??

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  2. É isso mesmo. Houve bastante debate entre os fãs.

    Eu não sou expert em quadrinhos, mas o John Blake tem características de vários personagens do universo do Batman, que foram ajudantes ou substituíram em algum momento o Homem-Morcego.

    Além disso, a mulher diz que o 'nome' do Blake na verdade é 'Robin'. Naturalmente, 'Robin' era o nome do herói, sendo o nome mesmo 'Dick Grayson' ou 'Jason Todd' ou etc (não sei quantos Robins apareceraam ao todo, meu conhecimento se limita a estes dois). E outra: Dick Grayson quando passou a agir sozinho, deixou de ser Robin e virou Asa Noturna. Como o Batman está fora da jogada...

    Enfim, como eu disse: não importa quem ele é exatamente, mas sim o que ele representa, qual a mensagem que foi dada.

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