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domingo, 28 de agosto de 2022

Monstros dos traumas passados

 

Terceiro longa-metragem de Jordan Peele como diretor-roteirista, Não! Não Olhe!, é até agora o seu mais ambicioso em escopo e visual, mas o menos interessante em roteiro e ideias. Como um terror de ficção-científica (que até lembra um Spielberg misturando Tubarão com Contatos Imediatos de Terceiro Grau) agrada e é quando se dedica a isto que o filme funciona melhor. Porém, Peele constantemente se desvia do espetáculo e desenvolve uma subtrama centrada no passado do personagem Jupe, que não só não dá em nada como parece ser de um filme totalmente diferente.

Não! Não Olhe! (Nope), 2022 




Suspense psicológico com uma inesperada guinada sobrenatural, O Telefone Preto parece uma mistura de Stephen King (não é à toa que é baseado num conto de seu filho, Joe Hill) com M. Night Shyamalan (mais especificamente O Sexto Sentido e Sinais - mas sem a genialidade destes). Tenso, convence pelas boas atuações da dupla mirim protagonista e de Ethan Hawke, arrepiante por trás de máscaras. O longa poderia se sobressair se não falhasse em concluir seu subtexto sobre paternidade abusiva.

O Telefone Preto (The Black Phone), 2022




A síntese de Jurassic World Domínio encontra-se na fala de uma personagem ao ser questionada pelo protagonista: "Você está aqui para ter respostas ou está aqui pela carona?" (do inglês, ride, que também traduz-se como 'passeio'). A última incursão no mundo dos dinossauros originado pelo Spielberg é exatamente isto: um grande passeio, com algumas sequências de ação genuinamente empolgantes, mas que possui um roteiro sem muito sentido, que desfaz e refaz as premissas interessantes do longa anterior e ainda acrescenta uma trama paralela inesperada que quase desperdiça a participação do elenco original. Sinal definitivo de desgaste é quando o primeiro filme vi seis vezes no cinema e este simplesmente esperei pintar no streaming pra ver em casa.

Jurassic World Domínio (Jurassic World Dominion), 2022




sexta-feira, 26 de agosto de 2022

E segue a série de séries

 O ano atarefado continua...



Better Call Saul (6a, e última, temporada), 2022





Stranger Things (4a, e penúltima, temporada), 2022





Only Murders in the Building (1a temporada), 2021





Meu Nome é Magic Johnson (They Call Me Magic), 2022



Love, Death and Robots (3a temporada), 2022





sexta-feira, 12 de agosto de 2022

Caça e caçadores


Com um título original em inglês bem mais bem pensando, por estabelecer bem seu lugar na série de filmes mas sem escancarar e criar potenciais preconceitos, O Predador: A Caçada é uma grata surpresa que funciona de forma independente dos demais e se estabelece como o melhor filme da franquia (o que poderia até não ser grande coisa). O diretor Dan Trachtenberg (do excelente Rua Cloverfield, 10) mais uma vez mostra que consegue trazer novos ares a propriedades já estabelecidas e entrega um filme de ação muito bem filmado e que, também graças à atuação de Amber Midthunder, não se contenta com protagonistas unidimensionais e óbvios. 

O Predador: A Caçada (Prey), 2022


Uma história de vingança típica e simples ganha, em Homem do Norte, outras dimensões ao desafiar o espectador com seu cenário desesperançoso repleto de ambiguidades morais. Em meio ao visual e à escala de uma produção de grande porte, Robert Eggers externa muito de sua sensibilidade (e esquisitices?) de cineasta independente e salpica momentos de filme arte na narrativa invariavelmente brutal.

O Homem do Norte (The Northman), 2022


Presente dos deuses de Hollywood para fãs de Nicolas Cage, O Peso do Talento funciona consideravelmente bem até para quem não conhece tanto da obra e da persona do ator (até mesmo porque tem um Pedro Pascal para roubar a cena). Engraçado e estranho, o longa toma algumas decisões inesperadas e interessantes, ainda que caminhe para um desfecho naturalmente previsível. 

O Peso do Talento (The Unbearable Weight of Massive Talent), 2022




segunda-feira, 1 de agosto de 2022

O que os ventos das férias de julho trouxeram...


Pela qualidade técnica e bela animação, A Fera do Mar merecia ter sido lançada nos cinemas antes de navegar na Netflix. Todavia, a vantagem de ter ido direto para o streaming é que seus temas e mensagens vão alcançar um número bem maior de crianças (ainda que para os adultos era desnecessário expor em todas as palavras as morais da história no ato final. Ou será que para muitos adultos de hoje em dia era necessário?)

A Fera do Mar (The Sea Beast), 2022




Ágil, divertido e consciente de seu público-alvo, DC A Liga dos Superpets traz um pouquinho também para os marmanjos ao flertar com piadas internas do Universo DC (bem menos que o superior Lego Batman, mas está valendo). Ponto negativo para o marketing da produção que (spoiler?) dependeu totalmente da associação dos bichos aos super-donos que "ganham" somente nos minutos finais do filme.  

DC A Liga dos Superpets (DC League of Super-Pets), 2022




Com tentativas incansáveis (e cansativas) de criar chamadas visuais para melhor se aproveitar o 3D, Minions: A Origem de Gru nada mais é que um filme esquecível, barulhento e quase totalmente sem graça. Caindo em todas as armadilhas de uma pré-continuação, o roteiro apenas expõe o desgaste da franquia, ou meu desgaste com a franquia. Talvez o resultado da bilheteria defina se tenho razão ou se apenas me tornei um mal humorado de nariz grande.

Minions: A Origem de Gru (Minions: Rise of Gru), 2022