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terça-feira, 24 de agosto de 2021

Silêncio, barulho e o meio termo


Repetindo a dose certa (sem ser repetitivo) do que funcionou tão bem no primeiro filme, é um alívio ver que Um Lugar Silencioso: Parte II é mais um grande acerto para o diretor John Krasinski. O receio de que Cillian Murphy entraria para o elenco só para compensar a ausência de uma figura masculina no protagonismo desaparece rapidamente, porque Emily Blunt e Millicent Simmonds continuam as verdadeiras estrelas da produção. Ao expandir as ideias, a continuação estende-se também para outras localidades provocando um primoroso trabalho de edição em duas ou três sequências, com superposição de cenas em ambientes diferentes criando belos paralelos visuais e servindo para escalar a tensão.

Um Lugar Silencioso: Parte II (A Quiet Place Part II), 2021




Pelo tanto que foi massacrado por crítica, público e pessoas de confiança, deliberadamente resolvi não assistir ao Esquadrão Suicida. O pouco que ouvi de positivo sobre o filme de 2016 era acerca da Arlequina, que acabou até ganhando um filme próprio em 2020 (mas que também não assisti, mesmo com boa recepção de crítica, público e pessoas de confiança). No entanto, me rendi a O Esquadrão Suicida e constatei que realmente é a personagem de Margot Robbie que rouba a(s) cena(s). Para o que se propõe, o longa funciona até razoavelmente bem, mesmo parecendo um "Guardiões da Galáxia para adultos" apostando forte em sanguinolência grotesca e humor negro. Entendo o esforço para dar relevância e arco a cada um dos personagens principais, mas ainda assim o filme poderia ser um pouco mais enxuto (leia-se menos longo) e deveria ter tratado a subtrama do golpe de estado com um tanto mais de sensibilidade.

O Esquadrão Suicida (The Suicide Squad), 2021




 

Acostumado a entregar filmes ágeis e dinâmicos, Steven Soderbergh acerta em tirar o pé do acelerador (e da edição estilosa) em Nem um Passo em Falso, criando uma atmosfera semi-noir impecável. Os grandes destaques são o elenco invejável e toda uma sequência tensa e memorável envolvendo situação de refém. O problema é que o roteiro só introduz seu tema verdadeiro no terceiro ato, que culmina em uma longa cena expositiva. Ao mesmo tempo que a história fica mais interessante por deixar de ser um mero filme de gângster, o filme de gângster bem construído até então fica menos interessante por se tornar algo bem diferente, sem aviso.

Nem um Passo em Falso (No Sudden Move), 2021




terça-feira, 17 de agosto de 2021

Tempo, tempo, mano velho


Se diálogos expositivos e erros básicos (que seriam facilmente eliminados com uma revisão de roteiro) vêm sendo constantes nas últimas obras de M. Night Shyamalan, pelo menos o diretor tem esbanjado talento como contador de histórias visual. Em Tempo, onde Shyamalan abraça o bizarro e expressa de forma original os anseios da meia-idade e (por que não?) do isolamento, existem cenas, enquadramentos e movimentos de câmera que potencializam a tensão e provocam respostas emocionais de forma tão única que compensam as fragilidades do lado roteirista do cineasta.

Tempo (Old), 2021




Descomprometido com loops, paradoxos e... bem... lógica, A Guerra do Amanhã intercala falta de ritmo com boas sequências de ação e pouco acrescenta ao subgênero "viagem no tempo". Bons efeitos especiais e o carisma de Chris Pratt ajudam a entregar um entretenimento satisfatório (mesmo que nada memorável) para um fim de tarde em casa. Para uma noite no cinema talvez a sensação seria outra, um pouco menos perdoável, provavelmente.

A Guerra do Amanhã (The Tomorrow War)




Não há o que se enganar: o Space Jam original surgiu da vontade de esticar (e monetizar) um comercial de TV que estrelou Michael Jordan e Pernalonga e simplesmente diverte sem ser lá grandes coisas. Seu sucessor atual Space Jam: Um Novo Legado também não tinha como ser diferente e, embora claramente tenha as crianças menores como público alvo, prende a atenção dos adultos com sua enxurrada de referências ao acervo da Warner.

Space Jam: Um Novo Legado (Space Jam: A New Legacy)