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sexta-feira, 30 de setembro de 2022

Marilyn, Elvis e outras treze vidas

 

Por um lado, Blonde navega dentro dos padrões de uma cinebiografia usual, com uma natureza episódica - apenas selecionando rápidas passagens da vida da personalidade em foco. Por outro, faz uma abordagem não convencional, meio lírica e por vezes fantasiosa, ajudada por várias transições inventivas, mas atrapalhada por constantes mudanças de formato de tela e de cor para preto-e-branco, sem propósito narrativo aparente. Ana de Armas entrega uma atuação digna de prêmios, neste (longo) longa que a exige chorar ou estar desamparada no começo, no meio, no final ou em toda a duração de praticamente 100% das cenas. Se o propósito dos realizadores era "desglamourizar" a figura de Marilyn Monroe, bateram a meta por muito. Faltou só mudar o título para "A Vida de Merda de Norma Jeane".

Blonde (idem), 2022




Com seu estilo enérgico e extravagante, Baz Luhrmann mascara as armadilhas tradicionais de um roteiro de cinebiografia e apresenta Elvis (pelo menos a figura pública e sua obra) a toda uma nova geração. Ao escolher contar a história sob o ponto de vista do (ou comentada pelo) seu polêmico empresário (estranhamente retratado por Tom Hanks de forma quase caricata), ainda consegue trazer à tona novas perspectivas para as gerações anteriores. Destaque, claro, para Austin Butler no papel principal e para a meticulosa caracterização de época - cenários e figurinos. 

Elvis (idem), 2022




A competência e a experiência de Ron Howard transparecem em Treze Vidas: O Resgate, mais outra incursão do diretor em histórias reais. Evitando clichês óbvios e se esquivando do melodrama, o longa-metragem é didático na medida certa para amplificar a tensão e ajudar o espectador a entender a geografia e o que está em jogo. Funciona melhor ainda para quem tem poucas lembranças do episódio ou nunca procurou saber de detalhes do mesmo.

Treze Vidas: O Resgate (Thirteen Lives), 2022




terça-feira, 27 de setembro de 2022

Top, regular e não OK


Mais do que nostalgia do primeiro filme (com várias referências, situações análogas e até alguns flashbacks), Top Gun: Maverick é nostalgia do TIPO de filme da época do primeiro filme. Claro que isto vem com uma dose de probleminhas, mas o tempo e a experiência permitiram a construção de uma continuação bem superior ao original, principalmente nas questões técnicas (agora impecáveis). O segredo principal é que o roteiro desenvolve novos personagens interessantes, enquanto cria novas camadas para os antigos, e sabe posicionar muito bem o que está em jogo na missão (...vejam bem...) impossível, deixando o espectador totalmente pilhado para (e vidrado no) terceiro ato. 

Top Gun: Maverick (idem), 2022




Tem muito de Tudo Por Uma Esmeralda (até uma referência quase que direta em um cartaz) em Cidade Perdida, mas no fim das contas o longa passa longe de se nivelar com o clássico dos anos 1980: os alegados problemas de bastidores (o estúdio queria um tipo de filme enquanto os realizadores outro) acabam transparecendo em tela. A bem dosada mescla de humor com aventura e o carisma (e química) do elenco acabam salvando a produção de ser algo totalmente descartável e esquecível.

Cidade Perdida (The Lost City), 2022




No começo de Influencer de Mentira, uma personagem alerta a protagonista sobre o risco de um texto seu ser insensível ou de errar no tom de determinado assunto. E, embora tenha muitos acertos e um desfecho corajoso e perspicaz, esta sátira relevante tenta equilibrar tantos temas delicados que acaba sofrendo exatamente do que a protagonista foi alertada.

Influencer de Mentira (Not Okay), 2022