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sábado, 31 de outubro de 2020

Sessões das tardes de outubro



Millie Bobby Brown já foi indicada ao Emmy duas vezes por sua participação em Stranger Things, mas é carregando Enola Holmes nas costas que a atriz mirim potencializa seu talento. Seu carisma permeia toda a produção e sua quebra da quarta parede só não é mais charmosa e marcante porque, convenhamos, Phoebe Waller-Bridge alcançou um patamar inatingível com Fleabag. A antipatia quase antagônica de Mycroft irrita, mas não atrapalha, e o filme centrado na irmã do detetive Sherlock é entretenimento garantido para toda a família. Se uma continuação já não estiver no forno, a Netflix está dando bobeira.

Enola Holmes (Enola Holmes), 2020





Segundo longa do diretor sul-africano Michael Matthews, Problemas Monstruosos é uma divertida aventura de ficção-científica que, mesmo que não seja nada original demais, nunca soa batida. O filme resgata aquela mistura oitentista de humor, sustos, ação e um pano de fundo de romance e jornada de amadurecimento das produções que miravam os adolescentes, mas também agradavam os adultos. E eu certamente teria em VHS para assistir repetidamente. 

Problemas Monstruosos (Love and Monsters), 2020





Vencedor do Oscar de Curta-Metragem de Animação por Dear Basketball, junto com Kobe Bryant, Glen Keane é um ex-animador da Disney que traz muito da filosofia e estilo do seu ex-empregador para o seu primeiro longa-metragem como diretor, A Caminho da Lua. A história é recheada de elementos da cultura chinesa e agrada, mas ainda assim parece muito familiar. Das músicas aos personagens secundários, passando pelo tema central, fica uma constante impressão de que não há nada de novo sob a lua de Keane.

A Caminho da Lua (Over the Moon), 2020




quarta-feira, 28 de outubro de 2020

Two sides of the Cohen

 

Por um bom tempo Spielberg andou desenvolvendo um filme sobre o infame "julgamento dos sete de Chicago", mas resolveu passar a bola para frente e, nesse caso, para melhor. O projeto caiu nas mãos de Aaron Sorkin que, exímio roteirista, transformou algo que poderia ser verborrágico e de ritmo lento, em um longa empolgante, com diálogos afiados e atuações impecáveis (incluindo um Sacha Baron Cohen sem exageros, mas marcante). Mais uma daquelas produções que capturam um pequeno momento da história americana e escancaram (por mais cliché que seja a afirmação) quão atuais e relevantes ainda são.

Os 7 de Chicago (The Trial of the Chicago 7), 2020




Lembro de não ter gostado do primeiro filme de Borat quando foi lançado. Não caiu nas minhas graças seu humor grosseiro, recorrentemente ofensivo e muitas vezes de puro mau gosto. Sacha Baron Cohen apresentava uma formidável capacidade de improviso e de reação, mas a produção parecia um tanto sem propósito. Um pouco do humor grosseiro, ofensivo e de mau gosto ainda perpetua no segundo filme, mas agora o foco se tornou mais político, dando uma sensação de mais propósito. E, surpreendentemente, há uma história com um pouco mais de coesão e sentimento.

Borat: Fita de Cinema Seguinte (Borat: Subsequent Moviefilm), 2020




terça-feira, 27 de outubro de 2020

Passando por fases difíceis


Lovecraft Country parte de um primeiro episódio promissor que surpreende ao combinar de forma excepcional temas sérios e realistas com elementos fantasiosos de ficção científica e terror. Só que o que se segue é a construção de uma (mini?) série inconstante e por vezes confusa, em que toques geniais e boas atuações se perdem em meio a tantos artifícios de filme B, pelo bem (algumas vezes) e pelo mal (a maioria das vezes). Como muitas das criações do homenageado H.P.Lovecraft, a série é um monstrengo difícil de se conceber.

Lovecraft Country (1a. Temporada), 2020




Uma evolução da primeira temporada, a segunda e terceira investidas de Ozark se sustentam em tensão e reviravoltas que deixam o espectador grudado na tela. Mas, também se atrapalham com o recorrente humor negro e por constantemente achar soluções "fáceis" de roteiro (especialmente através da eliminação de personagens secundários cujas subtramas começam a ficar mais complexas). Alguns recursos que funcionaram bem em Game of Thrones (uma fantasia inspirada na era Medieval) soam exagerados e extremos demais em Ozark (que se passa nos dias atuais e tem uma roupagem mais realista). Talvez precisem de aprender uma coisa ou outra com Better Call Saul.

Ozark (2a. e 3a. Temporadas), 2018-2020




Vendida (pra mim, pelo menos) como o The Last Dance dos games, High Score é uma minissérie documental da Netflix cujo conteúdo me decepcionou. Para começar, não curto e-sports e os episódios gastam uma boa parte do tempo se aprofundando nas competições dos jogos da época. No lugar do primeiro episódio simplista, sugiro assistir ao documentário Atari: Game Over. O ponto baixo é o episódio sobre RPG que chega a mencionar sua variação, adventure, mas falha em discorrer sobre a Sierra e sequer menciona a LucasArts, dos clássicos inquestionáveis Maniac Mansion, Indiana Jones and the Fate of Atlantis e The Secret of Monkey Island. A série ainda conclui com dois dos gêneros que menos gosto:  luta e tiro em primeira pessoa. Salva o episódio sobre a Sega e como a demanda por mercado frente à Nintendo aflorou sua criatividade - este sim, melhor e mais centrado que o documentário recém lançado Console Wars.

GDLK (High Score - 1a. Temporada), 2020