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quinta-feira, 25 de março de 2021

ZRJL

(Contém SPOILERS de Liga da Justiça de Zack Snyder. E de Liga da Justiça de Zé Roberto)


Registrei aqui minha insatisfação com Liga da Justiça de Zack Snyder e era para ficar nisto. Assunto liquidado, bola pra frente. Mas como estou vendo um certo clamor pelo filme, e ainda um tal de #RestoreTheSnyderVerse, vou me delongar mais um pouquinho, pois acredito que o filme poderia ter sido muito bom, sim, e com um mínimo de alteração.

Pra começar, manter o filme sem uso de palavrões, não adicionar digitalmente sangue jorrando e não mostrar membros decepados. Um pouco de cor também não faz mal. Mas, o mais importante: entender e corrigir o Superman. Existem outros heróis sombrios ou adultos para serem explorados em outras franquias. Só há benefício em ainda deixar essa um pouco amigável. O mundo precisa disto.

E se o Flash pudesse interceder por nós e correr na velocidade da luz para fazer o tempo voltar (ou, melhor, o Superman clássico pudesse girar em torno da Terra e fazer o tempo voltar) para o momento da concepção da "visão original" do Snyder nos cinemas? (Vamos lá, o ideal mesmo seria um dos heróis gastar um pouco mais de energia e voltar lá na concepção do Homem de Aço pra coisa começar direito mesmo, mas pensemos pequeno). 

Imaginem só - não existe algo de 4 horas, mas dois filmes. 

O primeiro filme, sei lá, Liga da Justiça: A Ameaça Fantasma (ou talvez um outro título melhor), tem todo aquele bom desenvolvimento do Cyborg e do Lobo da Estepe subordinado ao Darkseid, etc, etc (e até Lois Lane indo tomar café em câmera lenta, tanto faz)... e termina quando a caixa mãe sugere que ressuscitem o Superman. Num 2017, pré Vingadores: Guerra Infinita, teria abalado a nerdaiada, com um baita gancho para a continuação. 

Daí, meses de expectativa depois, sai Liga da Justiça: Uma Nova Esperança (ou talvez um outro título melhor, pra evitar processos). 

Até poderia começar com a detestável cena de sonho que fecha o Snyder Cut atual (mas só porque o Snyder não abriria mão dela). Pronto, ali está criada a tensão para se devem ou não prosseguir mesmo com o plano. Ainda no primeiro ato tem toda aquela sequência do Superman acordando desorientado, indo pro Kansas etc. 

O segundo ato teria a escalada da ameaça, mas serviria fortemente como um arco de redenção da persona do Superman, saindo do cara amargurado criado pelo Snyder para o tradicional bonzinho, que luta pela justiça e ama a humanidade acima de tudo. E não só através da Lois Lane (batido, né?), mas também pela conexão com sua origem kryptoniana, sua mãe e as raízes na família Kent e o espírito de união com os demais da Liga. 

No terceiro ato ele já é o Superman de verdade e, sim, acaba tendo que desviar sua atenção do Lobo da Estepe para salvar um monte de civil e evitar destruição de prédios. Nada de cortar o chifre do cara com raio do olho. Mais uma vez, enquanto o Superman atua na separação da caixa com o Cyborg, os outros heróis têm um papel maior em derrotar o vilão. Mas sem decapitação. Que mandem o recado pro Darkseid de outra forma. 

O filme termina com um Superman pairando sobre a Mansão Wayne, mostrando gratidão de ter se encontrado de verdade com ajuda do Batman & cia., e claramente bem distante não só daquele do sonho que Bruce julgava ser premonitório, fechando o arco deste filme, mas também muito diferente do Superman dos filmes anteriores do Snyder, concluindo sua jornada para se tornar o herói que conhecemos. Verdadeiramente renascido.

No meio dos créditos, mantida a cena em que o Superman sorridente aposta por diversão quem é mais rápido: ele voando ou o Flash correndo.

Aí, sim. Se o Snyder Cut tivesse sido algo próximo disto, eu também entraria nessa de #RestoreTheSnyderVerse. Até lá sou mais pra lançar um #RestoreTheSuperheroesWeKnowAndNeed.


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