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segunda-feira, 18 de setembro de 2023

Barbienheimer (e uma pitada não intencional de ambos)


O mais direto dos filmes de Christopher Nolan e sem, portanto, firulas além de saltos constantes para (e de flashbacks), Oppenheimer ainda consegue transformar o que seria uma cinebiografia básica sobre "homens conversando em salas fechadas" em um verdadeiro feito cinematográfico. Parte disso se deve às imposições técnicas do cineasta, sobretudo quanto ao ineditismo de se filmar parcialmente em película 65mm IMAX preto-e-branco (nas poucas cenas que não são sob o ponto de vista do protagonista) e quanto à insistência de fazer efeitos especiais práticos (apesar de que uma tomada se beneficiaria imensamente de uma transição mais lenta por CGI). Outra parte, claro, recai sobre às atuações de um elenco invejável no geral e em um Cillian Murphy carregando o peso do mundo (ou do potencial fim do mundo) em suas costas.

Oppenheimer (idem), 2023





Mais do que por seus sets inspirados e por seus diálogos genuinamente engraçados em sua maior parte, Barbie surpreende por conseguir ser ao mesmo tempo uma sátira e um drama, uma crítica e uma autopromoção. Alternando gags visuais e comédia pastelão com momentos reflexivos e temas como crise existencial e, sem sutilezas, o patriarcado, a história logo se desvia da dose inicial de Uma Aventura Lego, toma seus próprios rumos em cores vibrantes, mas termina mais em tons pasteis.  Mesmo com tanto a dizer, inclusive em um discurso expositivo no terceiro ato, a mensagem final parece opaca - sintoma de um filme em que Ken tem mais arco que a personagem-título.

Barbie (idem), 2023





Antes de um filme de Wes Anderson se sabe exatamente o que virá do ponto de vista de estética visual e, ainda que nesta altura do campeonato já seja óbvio (e, arrisco dizer, batido), costuma ser um deleite para qualquer amante do cinema. No entanto, o que diferencia (ou eleva) uma obra do diretor é se sob a camada do estilo há uma história coesa ou emocionalmente cativante (como em Moonrise Kingdom) e/ou personagens peculiares em situações divertidas (como em O Grande Hotel Budapeste). Seu mais recente, Asteroid City, não tem nada do primeiro mas, por alívio, tem um certo tanto do segundo. É um Anderson padrão pra bom, nada de outro mundo.

Asteroid City (idem), 2023




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