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domingo, 26 de dezembro de 2021

Sinais dos tempos no passado, presente e futuro



Se com A Grande Aposta e Vice, Adam McKay conseguiu brilhantemente transformar temas pouco cinematográficos (para não dizer chatos) em grandes obras da sétima arte é decepcionante constatar que ele também transformou algo emocionante em bastante sem graça. Os pontos de Não Olhe Para Cima, externados por um grande elenco, são relevantes e super atuais, mas o roteiro e a edição quase que não dão conta de criar uma dinâmica ágil nesta sátira que é bem mais longa que deveria e bem menos cativante que poderia.

Não Olhe Para Cima (Don't Look Up), 2021




Um dos grandes erros de Matrix Reloaded, e que depois Matrix Revolutions não conseguiu sustentar, foi se levar a sério demais e tentar aprofundar mais na mitologia do "universo" Matrix. O mais recente Matrix Resurrections surge quase duas décadas depois aparentemente com ciência disto e se arrisca num tom bem menos sério, cheio de metalinguagem e referências, às vezes quase beirando a autoparódia. Não é um longa que precisava ser feito, mas pelo menos não é como as continuações anteriores, que não deveriam ter sido feitas.

Matrix Resurrections (The Matrix: Resurrections), 2021




Ao mesmo tempo remetendo a e desviando de Rashômon, O Último Duelo usa soberbamente a sua estrutura de três atos para conduzir a narrativa sob três pontos de vista diferentes que vão progressivamente jogando nova luz sobre os personagens e amplificando drasticamente a brutalidade da história. O trabalho pesado está nas mãos de Jodie Comer, cujas nuances nas atuações em cada uma das "versões" são cruciais para dar a devida gravidade aos temas do longa. Muitas vezes difícil de assistir, o alívio é que se trata de uma história da Era Medieval - muito distante da nossa realidade de hoje em dia. (última frase carregada de ironia, absurdamente)

O Último Duelo (The Last Duel), 2021




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