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quinta-feira, 30 de setembro de 2021

O amor em carne e osso

 

Desolador, mas otimista sobre os relacionamentos amorosos, Memórias de Um Amor é daqueles raros filmes que transitam entre pontas distintas da condição humana sem ser deprimente nem fantasiosamente auspicioso. A ideia principal já foi (soberbamente) explorada por outro filme antes (resguardo o título para evitar spoiler), mas aqui surge em um pano de fundo curioso e relevante - particularmente considerando que foi escrito, filmado e finalizado antes da pandemia. De baixo orçamento, o longa depende de um roteiro de alto nível e do desempenho acertado do elenco, que inclui Olivia Cooke em atuação digna de premiações. 

Memórias de Um Amor (Little Fish), 2020




Antítese dos "filmes de vingança", Pig é uma produção excêntrica e única que constrói momentos  de pura entrega e perdão genuíno. Mas, mesmo com várias passagens verdadeiramente tocantes, ainda fica parecendo que falta algo para dar liga ao todo. O ritmo lento traz a sensação de que o filme dura muito mais que a sua uma hora e meia, mas também dá palco para uma faceta singular de Nicolas Cage, condito e introspectivo, em um dos melhores desempenhos de sua carreira.

Pig (idem), 2021




Vencidas as camadas inspiradora, motivacional e cômica de No Ritmo do Coração é inevitável constatar os problemas do seu roteiro - principalmente de como equivocadamente acha que está evoluindo nas discussões da comunidade surda. Enquanto o ótimo O Som do Silêncio pontua que a surdez não é uma deficiência a se superar, No Ritmo do Coração constantemente trata seus personagens como aleijados que dependem da protagonista, para servir como mecanismo à sua jornada de amadurecimento. É louvável que tenham escolhido atores surdos na vida real (e eles dão um show), mas é pouco. É necessário algo mais em tela também.

No Ritmo do Coração (CODA), 2021




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