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segunda-feira, 3 de fevereiro de 2020

Ficando em dia com o Oscar 2020



Sou um maluco por planos sequência (aquelas longas cenas feitas em uma tomada única, com a câmera acompanhando a ação toda, sem cortes). Quando descobri que 1917 tinha sido concebido como um conjunto de planos sequência, montados sem cortes aparentes para que o filme inteiro parecesse uma tomada única... já gostei. De fato, a produção é deslumbrante, inquietante e imersiva. Mas não é somente uma façanha técnica (que às vezes até me tirava um pouquinho do filme para indagar "como fizeram isso?") como também acerta o compasso emocional com a sólida construção da dupla de protagonistas. Por mais que seja ótimo (e aqui neste caso até um pouco distrator) ver um pouco de Colin Firth, Andrew Scott, Mark Strong e Benedict Cumberbatch, são os semidesconhecidos George MacKay e Dean-Charles Chapman que carregam o peso do filme nas costas.

1917 (idem), 2019






Já adaptado como filme diversas vezes, o livro Mulherzinhas de Louisa May Alcott ganhou em 2019 talvez sua versão para o cinema mais dinâmica e relevante. Francamente, tenho vaguíssimas lembranças da produção da década de 1990, com Winona Ryder, Susan Sarandon e, olhando em retrospecto, elenco impressionante, mas a sensação que permaneceu foi de ter sido meio chatinho e de ser um filme de ...bem, como dizem por aí... mulherzinha. A versão de Greta Gerwig não deixa esta impressão em nenhum momento e conta com atuações de primeira. Sem necessariamente modernizar uma história da década de 1860, a diretora-roteirista aproveita os momentos de contextualização da época para dar voz ao seu próprio feminismo e comentar realidades mais que atuais.

Adoráveis Mulheres (Little Women), 2019







Jojo Rabbit é uma sátira única e desconcertante, que por vezes esbarra no humor negro e muitas vezes sofre com a mudança abrupta de tom, trazendo discursos politizados e momentos dramáticos de peso em meio a uma comédia predominantemente escrachada. Se o roteiro é inteligente e o elenco conta com tantos nomes talentosos, o grande trunfo de Taika Waititi foi conseguir aqueles atores mirins, com destaque para o protagonista que, merecidamente, foi indicado ao Globo de Ouro logo em seu primeiro filme. Uma obra que compreensivelmente não agradará a todos, mas que é inquestionavelmente memorável, além de ser um comentário contemporâneo sobre nossa sociedade com tantos grupos doutrinados e cegos nas suas(?) convicções.

Jojo Rabbit (idem), 2019




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